segunda-feira, 25 de junho de 2012
Amada Ana
Amanda andava apressada, sentia ser perseguida
E com sentido seu medo crescia.
Agora a certeza tomava conta, corria com a ponta do vestido em conta.
O coração acelerava e nenhum caminho seguro surgia
A floresta parecia estar em uma estranha orgia.
A escuridão a deixava mais nervosa e ela começava a ouvir coisas…
As forças indo embora…
O passo desacelerando…
O fôlego não mais o mesmo, o medo se alastrando…
Amanda cai num tropeço violento, rasga a barra do vestido e joga os pertences ao vento.
Sem muitas perspectivas ela clama:
- Meu Deus cuide de mim e de minha amada Ana.
O chão treme.
Amanda se esconde por trás de um grosso caule, respira fundo e caem lágrimas…
Na escuridão um corpo masculino tomava forma, de um jeito cretino ele sorria balançando uma corda.
- Teu homem está aqui Amanda, seja um dia digna e volte para nossa cama. Não percebes que não está certo quem tu amas?
Amanda não tinha mais forças, via apenas uma saída: mostrar seu esconderijo e entregar seu corpo para a violência ainda em vida.
Quando sua decisão já estava tomada, ouve um gemido.
Corre para olhar o marido…
Morto.
Ela não se mexia e não entendia nada.
Ela procurou quem era seu salvador, olhou bem fundo e descobriu ser sua amada.
-Ana!
Amanda não sabia como agir, pegou o machado das mãos de Ana jogou no rio e a convidou para irem embora dali.
O corpo do marido no chão foi sendo devorado aos poucos pelos animais na noturna refeição.
Amanda e Ana, não tinham nada, apenas as duas…
No pensamento de Amanda ela tinha tudo e no de Ana não precisava de mais nada.
Seguiram as duas de cabeça erguida recontando a história sem nenhuma ferida.
Como se fosse uma grande piada.
Por Mariana Duarte
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