quinta-feira, 28 de junho de 2012

Como o amor acontece


Cristina, o amor é como a fome, quando não é amor. Tudo serve, alivia. O amor mesmo é a vontade de comer; Aquele cuidado em procurar pelo gosto, pelo sabor, pela qualidade. Cristina, o amor, às vezes, dura pouco; Outras vezes dura muito. O amor, às vezes, espera por mais tempo, outras vezes nem espera. Tem dias que o amor fala a verdade, outros? Nem tanto. O amor no escuro dá medo, pode ser covardia do destino; O amor no claro é bonito. 

Quem nunca viveu um amor de verdade pensa que amar é uma mentira que a vida inventa pra nos acalmar das tempestades. E amor é mar mesmo. É como uma maré, que, às vezes, te toca e vai embora e outras vezes te toca e te leva embora. Outras vezes o amor vem de leve, assim mesmo, bem devagarzinho, feito vento de verão. Outras vezes o amor fere, como água em pedra, rompendo a estrutura, mas só depois de muito bater contra ela.
 
Cristina, há noites em que o amor sabe dizer palavras para nos acalmar. E nas vezes em que ele silencia, a gente quer devorá-lo, expulsá-lo num risco de grito, dizendo: - ‘’vai embora daqui.” Na verdade, eu, você, nós e os outros, a gente quer que ele fique; que ele nos console, que ele simplesmente nos ame- seja em dias frios, em dias quentes, em dias bons ou ruins.

Cristina, o amor existe. Beija quando não sente vontade de beijar; Quer beijar quando não pode. O amor ri quando quer chorar; Chora quando não pode rir. O amor, Cristina, só provando pra saber.
 (Rosseane Ribeiro)

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