O fim é mais desesperador que o próprio início. Ao mesmo tempo, a mente
organiza-se para que haja um fim adequado para todas as histórias.
Talvez eu mate um personagem, mesmo sabendo que não é desse jeito que se
pode levar a vida com maturidade. Nem sempre os vilões morrem para
satisfazer a necessidade careta dos mocinhos. Ah, que ninguém nesse
mundo é tão ruim assim. Nem meu pai grosseiro é tão ruim assim,
comprovei isso quando ele deu uma segunda chance de emprego ao seu
funcionário, que foi demitido por justa causa por tê-lo roubado suas
ferramentas. Ah, que nem meu pai é tão ruim assim. Mas você... você
também não é tão ruim assim, e bem no fundo da racionalidade, acho
explicações convincentes para as mais terríveis coisas que fez comigo,
aí, vai ficando oculta de mim a sua imagem. E de repente, vejo-me
absurdamente necessitado da sua inundação, da sua presença idiota não
sabendo o que fazer para me agradar. Por fim as brigas, o sexo, e a fome
desesperada por besteiras.
Escolho a lamentação, ainda que apavorado e recoberto de moralismos. Choro pelos cantos a tempestade alagadiça que tínhamos nos arrabaldes da pele. E quero seus bofetes no rosto. Depois a rosa como pedido de desculpas, porque nem você se aceita pintado de monstro. Quero um problema de verdade. Não pequenos e múltiplos problemas sem nome. Quero um problema com seu nome. Mistério que ainda não revelei. Quero um problema com seu nome ou a sua morte. E fazer valer as palavras do Seu Neruda à Matilde Urrutia. Para voltar a escrever mais poesias que tentativas de conto.
Escolho a lamentação, ainda que apavorado e recoberto de moralismos. Choro pelos cantos a tempestade alagadiça que tínhamos nos arrabaldes da pele. E quero seus bofetes no rosto. Depois a rosa como pedido de desculpas, porque nem você se aceita pintado de monstro. Quero um problema de verdade. Não pequenos e múltiplos problemas sem nome. Quero um problema com seu nome. Mistério que ainda não revelei. Quero um problema com seu nome ou a sua morte. E fazer valer as palavras do Seu Neruda à Matilde Urrutia. Para voltar a escrever mais poesias que tentativas de conto.
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