Quando não cabem mais as palavras,
guarda teus versos na gaveta ali do lado.
Deixa pra depois essa poesia engasgada,
vem comigo um instante, celebrar outras artes.
Qual é a tua ânsia? Coloca pra fora,
ser de afeto que se desmancha no silêncio
de meus dedos, mudos, que se expressam
no passeio improvisado por entre tuas estradas.
Se não for suficiente, é o que podemos
neste cubículo apertado, se multiplicam
saídas para mundos desconhecidos,
rotas de fuga contidas em casca de noz.
E quando retornarem as palavras,
conta uma história pra gente se espalhar.
sábado, 31 de dezembro de 2011
Na lata
Tem dias que até o cachorro na rua te hostiliza.
Que agressão, que nada; ele apenas protege
aquela mulher companheira, tão amada,
e os filhos concebidos, futuro da espécie.
As pessoas nas calçadas nem se compadecem:
sabem que o animal tinha justo motivo
para defender as vidas de sua vida
inteira dedicada àqueles seres de afeição.
Às vezes, nem a garrafa de bebida te aceita
no balcão sujo de um bar, não se aguenta,
vomita o copo de cerveja, que não serve,
afoga as mágoas, mas não o sofrimento.
Indolor, incolor, inservível,
dilema invisível debatendo-se nas paredes
de uma cabeça que não encontra outra saída
a não ser se jogar no próximo carro de coleta.
Que agressão, que nada; ele apenas protege
aquela mulher companheira, tão amada,
e os filhos concebidos, futuro da espécie.
As pessoas nas calçadas nem se compadecem:
sabem que o animal tinha justo motivo
para defender as vidas de sua vida
inteira dedicada àqueles seres de afeição.
Às vezes, nem a garrafa de bebida te aceita
no balcão sujo de um bar, não se aguenta,
vomita o copo de cerveja, que não serve,
afoga as mágoas, mas não o sofrimento.
Indolor, incolor, inservível,
dilema invisível debatendo-se nas paredes
de uma cabeça que não encontra outra saída
a não ser se jogar no próximo carro de coleta.
Sem estilo
- Qual sua linha poética?
Rimas, sonetos ou és livre?
O que? Não se define?!
Ah, ai de ti! Pobre aprendiz!
- Mas... se a linha está aqui
e a mente deseja,
por que prendê-la
se uma imensidão a rodeia?
A imaginação pede
que o mais belo se liberte,
desafinando a rima
que outra hora existia.
Cada qual em seu quadradrinho
é coisa de ‘’moderninhos’’,
que mais categorizam do que amam,
que mais reproduzem do que sentem,
que mais se privam do que se deleitam...
Não lhes tiro a maestria,
Mas também, não tire minhas linhas,
que na multiplicidade de escrever
meu único intento
é livre ser
e entorpecer aquele que lê.
(Suzianne Santos)
Delírio de amar
Céu
de azul e branco que nada.
Por
favor, garçom me traga um céu na cor da paixão,
Com
pequenas gotas cintilantes de esperança
Mas
não derrame nada ao me trazer
Pois
meu coração precisa disso intacto.
Ainda
não terminei, esqueci de mencionar
Um
pouco de vinho vermelho seco
Numa
taça transbordando amor
Não,
não se queixe doutor
A
dor que deveras sentes
Ainda
que a cabeça mente
Sentimento
nenhum vai se opor
Mas
se a dor de amar não te alegras
Pudera
pelas feridas sangrando abertas
Se
não correspondido parece trevas
A
dor aumenta mais e mais
Mais
uma dose ensandecida
Quem
sabe deixa minh’alma entorpecida
E
transforme a tristeza de amar
Na
alegria de vida sentida
Por
favor, só mais uma dose desse color...
(Tody Macedo)
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Reverência
Sol totalmente tímido
Espanta chuva de norte a sul
Espanta frio do verão que ainda jaz
Reverencio na minha dança
Faço meu canto altar para cantar
Sol tímido que não se foi
Espanta os males que neste ano assombrou
Espanta o torpor que ainda rege
Me canso, corro, não desisto
Espero mais uma noite
Neste ato sem fim...
(foto de acervo pessoal de Andrea Costi in: https://www.facebook.com/profile.php?id=100000284022112)
Sobre o não quere
Sem saber se o que quero
É porque realmente quero
Ou porque todo mundo quer
Decidi viver antes de decidir
E vivendo compreendi o quanto quero
E quero assim
Sem nome
Sem definição
Quero essa bagunça mesmo
Assim do jeito que é
Quero não saber aonde isso vai me levar
E porque quero
Vou correr atrás
Desbancar-me cá de onde estou
Para encontrar contigo ai onde está
Sem medo de parecer ridícula
Ter uma vida moderninha
Deixar que o tempo decida
Assim como a vida
O que vai ser de nós
(Nynna Zamboti)
O que não sou
Você não me conhece
não adianta ficar ai a me encarar
com esse ar de superioridade
Você não me conhece
nem pode conhecer
você pode até saber meu RG
meu endereço e celular
o numero da minha conta corrente
mas não, você não me conhece
nem eu sei ao certo quem eu sou
como você pode afirmar saber então?
sou ilimitada para caber em qualquer definição
o que não sou
isso é tudo que você saberá
(Nynna Zamboti)
não adianta ficar ai a me encarar
com esse ar de superioridade
Você não me conhece
nem pode conhecer
você pode até saber meu RG
meu endereço e celular
o numero da minha conta corrente
mas não, você não me conhece
nem eu sei ao certo quem eu sou
como você pode afirmar saber então?
sou ilimitada para caber em qualquer definição
o que não sou
isso é tudo que você saberá
(Nynna Zamboti)
O VELHO E O DUENDE II (conto parte II)
O
velho tinha passado a usar a túnica negra havia mais de trinta verões, as
mangas eram compridas, no entanto não lhe encobriam as mãos. O cinto era de
couro de urso e Plershes sabia muito bem como lhe tinha sido custoso ganhar
aquele cinto, porque num dia em que se encontrava em apuros fora o velho quem o
salvara do perigoso pardo. Seu calçado também era de couro do tal urso e lhe
fechava até o meio da perna depois de fechada com as duas fitas afiveladas.
Desde quando se mudou para a montanha, morou naquela velha casa. Mas nem sempre
teve aquela barba branca e aqueles cabelos longos. Quando ele chegou ali seus
cabelos ainda eram negros como a noite e curtos na altura do lóbulo das
orelhas, que eram pequenas e sempre andavam escondidas pelos cabelos ondulados.
Seus olhos sempre atentos com uma cor que podia ser confundida com as folhagens
dos arbustos. Seu nariz meio arredondado podia sentir o odor dos javalis a uma
distância de duas léguas, com isso sempre andava precavido e se fosse
necessário mudava de trilha para não sofrer como os guerreiros nômades. Sua
barba longa quase lhe escondia o rosto, mas não escondia a cicatriz de sua
boca. Ele era de estatura alta e se estivesse em seu antigo clã, os Virnores,
teria a altura de um homem e meio. Neste
clã só havia arianos de estatura média baixa e quando Grinbow nasceu, seus pais
tiveram duas escolhas: sacrificá-lo em um ritual no 21º dia de vida ou
abandoná-lo na floresta. Os Virnores acreditavam que com o sacrifício da
criança de cabelos negros, os próximos a nascerem seriam mais fortes e assim
continuariam com a raça ariana. Para eles Grinbow era amaldiçoado. Assim, seus
pais o deixaram com uma curandeira que morava na floresta. O velho teve uma
educação dos xamãs de Comblaits. Aprendeu a fazer todos os tipos de poções pra
aliviar as dores do corpo e da alma, para curar e para matar. Alguns verões
após a morte de sua segunda mãe Grinbow saiu vagando até que um dia encontrou
Plershes. Tornaram-se amigos com algumas brincadeiras que o duende pregou
naquele que um dia fora desconhecido.
-
Onde estão os biscoitos?
-
Ora Plershes, até parece que você não sabe onde ficam. O inverno te congelou a
memória? – disse dando gargalhadas.
-
Estou precisando de férias da montanha. – gargalhou o pequeno. – Será que o chá
já está bom? Tenho saudades de quando você colocava gengibre e adoçava com mel.
Essas tâmaras estão cada dia piores.
-
É fato caro amigo. Há semanas que eu não incomodo as vespas para pegar mel.
Elas reclamaram que eu estava pegando muito. Mas as tâmaras continuam doces,
até mais que o mel, mas vejo que lhe são amargas como fel. As lembranças ainda
lhe traem e as palavras ficam escondidas. Você quer tornar a rosa esquecida.
-
Que a brisa me leve como a levou de mim. E que neste brinde não seja na memória
o fim. – Plershes toma o chá.
Uma
lágrima desce de seus olhos e antes que ela venha tocar o chão o raio de sol
entra pela janela iluminando o rosto do duende com as cores da garrafa de chá.
O velho sabia como era doloroso para o duende, pois ele presenciara todos os
instantes dos dois. Fora o velho quem havia feito o rito de união e ele também
fez o rito funeral. Depois que Querímia
se foi, um passou a estar mais presente na vida do outro. Passaram a cuidar da
solidão um do outro, pois dois verões antes de Querímia morrer o velho se
despedia daquela que tomou seu coração.
Grinbow
conheceu muitas mulheres. Muitas passaram pelas montanhas, umas em caravanas,
outras caçando, outras ainda viajando. Nicra certo dia lhe acordou pedindo ajuda
para que salvasse sua esposa das armadilhas de uma caçadora. Mais rápido do que
nunca Grinbow pegou seu arco e sua espada e foi atrás de Nicra aonde sua esposa
tinha sido capturada. Chegando ao local, em silêncio total e com seu arco
arremeteu um tiro certeiro em uma corda que prendia um lobo, que mais que
depressa saiu correndo amedrontado.
-
Não. Não... – grita desesperada uma voz doce. – Quem está aí?
Nicra
reconhecendo a voz saiu de trás da árvore correndo para os braços de sua amada
que estava sentada ao lado de uma dama.
-
Mas o que está havendo? – Grinbow também aparece gargalhando.
-
Essa adorável dama me salvou do lobo.
-
Essas montanhas não são para donzelas. – disse em tom de ironia se aproximando.
Foi
quando ela empunhou a espada transferindo-lhe um golpe que cortou seu lábio
inferior. A gota de sangue escorreu pelos fios negros de sua barba. Grinbow não
tirou o sorriso dos lábios permanecendo com o olhar fixo naqueles olhos azul
safira. Seus lábios eram finos e nariz afilado. Seus cabelos eram brancos como
a neve e pendia alguns dedos abaixo da cintura. Tinha a mesma estatura que o
velho, e era percebido o corpo esbelto pelo vestido azul, sua cintura marcada
por um corset de tom mais escuro que do vestido.
“Quem
ela pensa que é para empunhar uma espada assim? Ela está na minha montanha!”
pensou enquanto desmanchava o sorriso. E de um só relance, puxando sua espada
desarmou a adorável donzela, que com um golpe derrubou Grinbow, desmaiado, a
cinco corpos de distância. Foi assim que ele conhecera sua amada.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Dissipou o verão!
Já temos um pedaço do tempo no vento.
Esperamos... esperamos... cantamos enquanto isso.
Esperamos enquanto a brisa não dissipa o pensamento,
Enquanto não dispara o coração.
Escorre sangue rio abaixo,
Feito areia na ampulheta sem medir nada.
Mas se de tanto esperar parasse o tempo pra catar os verões???
Mas que se dane tudo,
Está abrasando o inverno,
Gelando os pés descalços
Aquecendo as mãos, o sangue, o cérebro, a pele, o peito...
Na Peleja do Amor
Eu sigo você na escuridão
Desbravando oceanos
Evaporando na solidão
Eu sigo você em um flash de luz
A energia que pela qual me derruba
Ao mesmo tempo me seduz
E o flash dessa vez
Que tanto se escondeu
Diante de tanta palidez
Me mostrou uma lucidez
Em querer me conduzir
E o único que não se desfez
Eu estou indo a luta na minha perfeita embriaguez
De ser tomada pelo o amor que você sempre me prometeu
Myrla Sales ‘
29/12/2012 - 17:30
Veredicto
Já foi decidido o meu veredito
mais as duvidas estão postadas
morrer guilhotinada
ou sofrer em uma bastilha imaginaria ?
As respostas surgem e assustada fico
estou condenada
e com os versos decepados
Que sofrimento !!!
Terei que carregar
esse fardo pesado
eterno feito flagelo da alma
enfim ousa me calar
Myrla & Tody ----> U TOdinhooo
29/12/2011 - 16:17 em The e lá na terrinha dele as 17:17
Tempo Louco
acho que não sei se sei do que está acontecendo
faz sol
frio
chuva
e o calor?
meu pé ta frio precisando de uma meia
meia verdade
talvez uma meia mentira pra aquecer
só sei que no meio
nem sempre é bom
mas na positividade vendo o meio cheio
deixo transbordar
Intervale
Este ano já se acabou?
Certeza que ainda tem, muito mais
haveremos de recuperar, lá na frente,
lembranças felizes de 730 dias.
Vivemos dois-em-um, na companhia
do que estava para acontecer com a gente,
e do passado, depósito inseguro de memórias,
revisitam, dia sim, dia não, nossas vidas.
Parado num instante - suspense!
Contemplado à beira-mar, por um sol, por um riso
indolente porque desconsiderou
a onda sobra a areia, desmanchando nossos castelos.
No meio de tudo - esperança!
acredito no reencontro, logo além
dos sete mares caindo sobre nós em valsa de flores,
cobrindo o corpo dos dias que virão
para mergulhar todo mundo no mesmo caldo.
Certeza que ainda tem, muito mais
haveremos de recuperar, lá na frente,
lembranças felizes de 730 dias.
Vivemos dois-em-um, na companhia
do que estava para acontecer com a gente,
e do passado, depósito inseguro de memórias,
revisitam, dia sim, dia não, nossas vidas.
Parado num instante - suspense!
Contemplado à beira-mar, por um sol, por um riso
indolente porque desconsiderou
a onda sobra a areia, desmanchando nossos castelos.
No meio de tudo - esperança!
acredito no reencontro, logo além
dos sete mares caindo sobre nós em valsa de flores,
cobrindo o corpo dos dias que virão
para mergulhar todo mundo no mesmo caldo.
Desmétrica V
A luz se converge baixinho
mostrando estreito caminho
e o homem, compasso esguio
imune a qualquer arrepio
dirigi-se ao congestionado
São cinco metros andando
horas a fio esperando
a mente se calejando
por mais 5 metros calcando
the way of life requentado
Devora todo galante
a fome que se apresenta
não deixe por um instante
migalha incinerante
sujar tua marcha lenta
Consome sem se perguntar
o preciso, real necessário
o importante é levar
pode vir negociar
faz parte do itinerário
É pompa reluzente
na linha, na mão, no olhar
cerceando o que se sente
abnegando o presente
ao crivo parametrar
A métrica não é problema em poema
dilema é saltar dos versos
cegando a vida esquema
seguindo escuso o sistema
trilhando por chão inverso
E a vida; simples quadrado
com fuga sempre abortada
erário, trabalho dobrado
paixões, pro cantos e lados
existo, no fio do nada
Enxergo o mundo cinzento
mas nego com força a trama
paixão é firmamento
os sonhos são alimento
poeta que ri e que ama
Em sílaba livre ou casada
poesia, teu fim inexiste
de sarau à alvorada
recitada ou de levada
tua áurea vive e persiste
Que os aromas poéticos incidam
conspirem por transformação
sorver cinzas que habitam
sugar pesares que residam
e deixar o permitir, ao coração
André Café
Rama
Traga-o, não o trague
filtre, fuma o filtro
e se cinza, tem cinzano
ou tuzano requentado
quente mate, mato verde
enverdesce em vermelho
no passo da vida lento
o relento é cama
na rama prensada
desfaz minha sobriedade
André Café
Dona Flor-Babidi
La vinha a mulher que roubara nossa atenção
De mansinho conquistou os nossos atenções
Fez de uma cena intrínseca em uma odisséia de imaginação
Parou ao nosso lado e ansiosa soltou
A pergunta que pelo qual nos calou
Muito intrigante,aqui vende café ?
Todos sorriram com uma alegria incandescente
Ah, Dona Florinda um charme em pessoa, vendendo vale
E mostrando sua beleza com o buquê de flores no seu braço
De mãos dadas veio com o babidi que teimou em ser confundindo como personagem do
Cavaleiros do Zodíaco .
Ela suspirava e ele jogava o seu pupurupu este pelo qual seria o antídoto da linha azul...
Mas preciso confessar algo a linha azul é a solução dos problemas não precisa de antídoto .
Myrla Sales '
28/12/2011 - 00:00
Esperar demais
Nunca
sabemos ao certo o tempo
Mesmo
que algo diga que existe muito dele
Que
posso esperar o dia de amanhã
Para
continuar esperando.
Mesmo
sabendo que não posso
Que
devo pronunciar aquelas palavras
Fazer
aquela visita
Emitir
aquele perdão
Ficar
mais tempo contigo.
Por
que precisamos esperar demais
Para
perceber que não devemos demorar
Em
esperar demais?
Antes
que o amor nasça e amadureça
E
estejamos prontos
Será
tarde demais
Ambos
teremos partido
Dentre
várias possibilidades
Nunca
escolhemos a primeira.
Aquele
dia
Seus
olhos imóveis
Esperou
demais para transparecer.
Quando
eu podia ver
Que
mesmo não falando
Vivemos
uma história real de imaginação
Mas
esperamos demais para viver algo surreal.
Esperamos
demais
E
quando a saudade chega
Ela
não espera demais
Como
um furacão
Sem
prelúdio, sem meias palavras
Apenas
destrói e machuca
Torturando
esse momento
Com
vários outros que não existiram.
Esperei
demais para dizer
E
seus olhos fechados
Não
irão ver a dor em minha face
Nem
suas mãos sentir o pulsar do meu coração.
Aquele
amor, breve ou para sempre
Esperou
demais para existir.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Meu maior bem
Quero uma porção
Para que o mundo fique imóvel
Não para aproveitar tudo
Mas que não fique velho
E me perca no mundo.
Quero sentir o presságio dos meus sentimento
Quero ser um eterno paradoxo
Nessa minha ilha de pensamentos.
Compilados com a idéia de escrever por paixão
Não pela ociosidade de ter que existir
Muito menos pela farta remuneração
Quero sentir a emoção e ser gratificada por participar desse mundo e entoar o desejo de emancipar minha alma
Não sofro por nenhum mal!
Meu único problema é apenas o querer
O satisfazer, o poder de estar transformando não só a minha vida como as das outras pessoas em uma odisséia...
Eu quero sentir e ser sentida
Ouvir e ser ouvida
Amar e ser amada.
Quero que o tempo continue estagnado
E que nele possa permitir que siga vivendo na poesia
(Myrla Sales e Tody Macedo)
Eauvolchis - a lenda de um clã IV
A floresta de
Nevah ficava apenas a algumas horas de Tuarah, por isso, agora ciente de onde
estava, não foi tão difícil chegar ao vilarejo onde morava, o sol já apontava
nas montanhas a leste, ele nem tinha se dado conta que já amanhecera, seus
pensamentos enquanto caminhava de volta estavam no misterioso encontro com
jovem do lago, Kelikah, apesar do pouco contato que tiveram, algo se instalou
em sua mente como uma marca a ferro, as poucas horas que passaram juntos
despertaram um monstro dentro de seu peito, que mulher misteriosa e lunática
era aquela? E ainda se dizia uma Eauvolchi, seria mesmo possível? E parando
para refletir, que historia era essa de ela aceitar um convite ainda nem feito
por ele para um jantar? Só agora percebera as coisas sem sentindo que andava
fazendo e pensando nas ultimas horas, assim nomeou os eventos da noite como uma
alucinação devido ao cansaço da corrida, sim assim parecia mais lógico, estava
decidido, o encontro enigmático não passara de um lapso de razão.
Ao chegar em
casa, Ladahria o esperava sentada à soleira da porta principal, olhava furiosamente em sua direção, ele esperava que a recepção não fosse nada
amigável, mas pensava encontrá-la somente mais tarde, ao que parecia a amiga o
esperara a noite inteira, provavelmente se perguntando...
- Onde diabos
você se enfiou a noite toda? – disse ao se levantar, seus olhos castanhos
refletiam-se vermelhos de fúria, os cabelos também castanhos e encaracolados
estavam presos num coque frouxo que fazia com que alguns fios caíssem sobre
seus ombros e uma mecha perto da orelha esquerda, tinha sombras sobre os olhos,
confirmando que estivera acordada aguardando Danush a noite inteira, seu lábio
inferior tremia levemente evidenciando a raiva que seus olhos e palavras já
aviam delatado. Ele suspirou, levou a mão à nuca e desviou o olhar para não ter
que encarar a amiga, seria muito difícil explicar onde esteve, muito menos o
que andou fazendo por lá. – não me faça arrancar de você uma resposta, Danush.
- Eu me perdi
– arriscou, mas ele sabia que a desculpa não passaria nem perto de convencê-la
– quer dizer, eu meio que me perdi, corri muito sabe... me confundi com algumas
arvores... Arg, você não está acreditando não é?
- Nem um
pouco, o que houve? Eu quase morri de preocupação aqui, ainda mais por saber
que você sumiu por minha culpa, eu ... – ela finalmente desistiu de sua postura
de durona e sucumbiu às lagrimas, Danush podia ser o mais forte e destemido
homem de Tuarah, mas quando se tratava de ver sua pequena tão frágil e
desconsolava ele não aguentava, sua vontade era levá-la nos braços, embalá-la
até que adormecesse, onde seus medos e perigos não poderiam atingi-la.
- Oh, minha
castanha, não chore – ele apressou-se em abraçá-la, ela então aceitou o afago
sentindo-se mais frágil ainda – eu estou aqui, não me aconteceu nada é isso que
importa. De repente ela se soltou, já recuperada da emoção e desespero por
pensar ter pedido seu amigo e começou a socá-lo e a bater nele.
- como... você
... some... assim – as palavras ficavam cortadas em meio aos ataques da garota,
seus cabelos aos poucos ia se desfazendo
enquanto ela brandeava com mais força para cima dele – você ... não ...
pensa...não sabe... seu... seu... arg...
Danush começou
a rir, ela levou isso como uma terrível ofensa e aumentou suas investidas, ele a
segurou pelos pulsos, ele era notavelmente mais forte que ela, mas isso não diminui
os ataques da moça, ele ria mais alto agora fazendo com que Ladahria ficasse mais
furiosa ainda, mas seus braços eram fracos e estavam completamente imobilizados
pelas fortes mãos de Danush, este investiu mais força no seus aperto segurando-a
mais próximo, o movimento não foi tão preciso quanto ele esperava e ambos desequilibraram-se
e foram parar no chão, ele olhou-a nos olhos e por um momento permaneceram em silencio,
até que ela começou a rir, sua risada foi aumentando gradativamente e os dois logo
estavam gargalhando no chão, a discussão completamente esquecida.
NA: desta
vez apresentando Ladahria, espero que gostem da pequena castanha ^^
NA²: olha
só sem glossário nessa parte, os neologismos apareceram aos poucos, peço desculpas
por não postar numa freqüência, é por que estou escrevendo ainda, a medida que termino
uma parte q faça sentido pra uma continuação eu posto. ^^
(Nynna Zamboti)
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Alguns (pò)
Falta-me
um pò do pouco que me deixa tonto
Um
pó pra depois, redundante de nós
Displicentemente
despercebido no que diz após
Entre
dois, entre o pouco de pò
Entre
o antes, o agora e o depois
Após
discutir, sentir e deixar passar
Restou
a ânsia de re-começar
Como
um ano que nasce
Ou
simplesmente morre quando varre o pó
(Tody Macedo)
when a tornado meets a volcano
- Gosto do sentimento de pertencimento
- pertença a mim por uma lua cheia
por uma taça
por uma chuva ou uma estação
- pra na lua seguinte
tu ainda me quereres
com mais sede e
mais zelo que da primeira vez
- lembre-se que sou lobo
e uivo pra ti não de saudade, ou gozo, ou zelo
mas por que tu és louca, tu mudas, disforme, esconde-se
- queres me achar com um uivo?
me achas com um toque, com um cheiro
com tuas mãos em mim
e me perde outra vez
- eu uivo porque eu ensandeci de paixão
não pela tua constancia
mas pela tua infamia
teu corpo blasfemo, tua alma imunda
tuas formas profanas e loucas
- e nessa sincronia, diacronia de sentimentos
eu, fogo, você, combustivel
e nesse entrelaço
cada passo, vibro
cada gesto, grito
- meu desejo é de te apagar
enquadrar tua geometria cósmica
tua vaidade noturna
mas a tua dança, teu casulo
estão além dos meus gestos
- quebre, arranque
não tenhas medo
que quanto mais forte és
mais fogo é capaz de suportar
- pois façamo-nos estrela
fornalha dos deuses
bigorna dos elementos
nosso toque fundirá os atomos
nos tornaremos singulares
alquímicos
pendurados, pingando, viscerais
umbilicais
nossa pele arrancada, nossos ossos expostos
- a carne nua
o sangue cru
cada ponto ali, na vitrine
pronto para ser domado
queimado, renascido
alquimicamente planejado
para ver explodir
BIG BANG: o começo de outra era.
(Fernanda Costa e Luis Filipe Andrade)
Brechó da Sociedade
E de repente, como um sonho surgiu
Afetando devagarzinho corações e pensamentos
griando, grudando e explodindo firmamento
que todo o mundo se faz em poema
O acervo de qualidade dentro deste grupo é bem grande
Faz a gente pensar que construímos a aliança mais bela da cidade.
Para que cada um conheça um pouco mais
Características irão rolar afim de se apreciar, não só por mim, mas pelo grupo em si, com toda totalidade .
Sutileza,sinceridade,poemas que fazem com que o leitor se prenda da primeira a ultima estrofe. (Alderon Marques )
Possuidor de uma atenção e paciência inenarrável, chega a encher os olhos com pequenas gotículas de água, perante tanta doçura e dedicação...Merece mais do que elogios de todos nós por ter começado este sonho e esta guiando nossa sociedade(Andre Café)
E parece que esquentou, só num entendo uma coisa fogo não se apresentou
o fervor sai dessas linhas, de carne nua e vibrante, é sensualidade marcantes
no ser dessa menina (Dalila Cristina)
Uma flor nascida em rocha, feito tocha ela encanta,abraça a vida. Uma mulher marcante ,vem com a força de uma militante, mãe ,poeta , nega aguerrida (Fernanda Costa)
Ela é a pequena grande notável. O achado. Quando parece esta dormindo ela esta suspirando, gruda e abusa de um sentimentalismo aguçado louco nas suas produções (Gabi S. Veras )
Um bom teatro, disposição e claro, lascívia (Gisele)
Místico, trovador, guerreiro que ri e luta sem cessar, um menino homem sonhador ( Jorge André)
Sensível, elétrica, disposta (Laelia)
Força do movimento, casado com a alegria, inala suavidade (Luan Mateus)
Chegamos enfim na letra “M”, essa terei que rimar.
Não importa se seja rima pobre ou rica
O importante é dedicar.
Porque ele a tantos ajudam
E não peca também em rimar
Agitador, festeiro
Carrega com ele a força do nordeste na pele a entoar
Pertence a nossa sociedade para que a alegria
Continue no seu devido lugar. ( Marcos Foyce)
Possuidora de um silencio que se revela com participação e disponibilidade
Explosão de poesias de todos os sentidos para todos da sociedade (Mayara)
Fonte de imaginação e inspiração quase infinita
Brinca com a forma e com o jeito de fazer poesia
Como se fizesse solos de guitarras .
Livre como as suas letras e imagens (Mario)
E quando menos se esperava
desbrava os seus versos
na corrente do inverso
não teve medo, se explodiu
em todas as cores da permissão e poesia
faz um bem com tanta magia
surgida assim da noite pro dia
a eficiência e prontidão
traduzida em permissão
faz voar a poesia (Myrla)
Ativo para os corres, observador de todas as coisas que ninguém ver
Bolador de tantos planos mirabolantes ( Rômulo V.)
Uma flor que a cada vez mais desabrocha , conjugando a permissão, socializando afetos por onde passa (Rose)
Com o semblante introspectivo, mas com letras gritadas
Com rebeldia nos atos, é luta rimada, foguinho na garganta, poesia cantada (Victor)
Estar perto é não estar próximo fisicamente, com flores e poemas.
É uma irmã e um irmão de um bairro distante totalmente identificados com a S.P.P.V, de alma e coração. (Yohanne / Tody Macedo)
E como não falar nele, que com certeza está em todos os sentidos e momentos
da sua vida fez ativismo, com ternura e poesia
com afeto e abraço, de repente em um dia
nos disse até logo, pois os céus precisam de mim
foi assim ao nosso contragosto
mas com certeza disposto
a socializar tanto amor e carinho
que ele sempre semeou pelo caminho
que construía
foi ele nosso batizador
é dele o intenso amor
misturado com todos os sentimentos destes poetas
que fazem então a nossa convicção
de agir
e ser poeta por vir (Victor Marchel)
... No coreto nos encontramos
Verbalizamos a nossa criatividade
Fazemos surgir a arte de viver
Confrontamos uma tímida sociedade
Que pela qual vive sangrando por não possuir a sua liberdade.
Iniciamos manifestações, infestamos desejo de explodir a poesia
Mostrando uma alegria límpida e poemas sem rimas
Não nos importamos com métricas o importante é a sintonia
Sejam bem vindos podem entrar além de tudo citado
Temos os saraus encantados
Rodeados de um desejo emancipado
De liberdade a expressar
Nessa proeza pela qual exponho nossa sociedade
Fiquem alertas que o palco continua parado
Esperando por você recitar de uma vez só
Sejam bem vindo ao nosso Brechó .
(Myrla Sales e André Café)
Mundo perturbado
Há algumas palavras que não querem sair
Momentos apenas idealizados
Faces apenas pintadas na imaginação
Abraços idealizados
Compaixão apena negada.
Vamos brincar de acreditar no destino
Sentir o vento e as correntes marítimas
E seguir seu fluxo sem relutar.
Os beijos vistos
Trazem os nossos
Que não estão existindo.
E esse descompasse na dança maluca
Causa uma pequena dor sem importância
Que um dia vai crescer até se tornar
Um motivo mortal
De uma partida sem ida.
Mundo perturbado que absorve uma energia
Que não lhe pertence.
Mundo perturbado que não conta suas regras
Apenas ensina por rasteiras e enganos.
Mundo perturbado que passou a existir
Quando amar passou ser meu objetivo de acordar.
Mundo perturbado que acerta mesmo errando
Ou é apenas uma forma de tornar tudo justo?
Mundo perturbado que daria de tudo um pouco
Para descobrir um pouquinho e sair do meu normal.
Vou fugir um pouco
Acreditar na dor
E nas poucas regras que conheço
Partir sem voltar
Espalhar minhas palavras
Até que o vento leve aos seus ouvidos
E nos leve naquele local
Que sussurrei que gostaria de lhe levar
Um dos poucos lugares
Que posso me esconder sem me preocupar.
Estou seguindo a maré, mas estou contra sua corrente
Alguém me disse que seria diferente
Mas é uma diferença tão igual.
Mundo perturbado
Vamos brincar de acreditar no destino
E viver aqueles momentos idealizados?
Momentos apenas idealizados
Faces apenas pintadas na imaginação
Abraços idealizados
Compaixão apena negada.
Vamos brincar de acreditar no destino
Sentir o vento e as correntes marítimas
E seguir seu fluxo sem relutar.
Os beijos vistos
Trazem os nossos
Que não estão existindo.
E esse descompasse na dança maluca
Causa uma pequena dor sem importância
Que um dia vai crescer até se tornar
Um motivo mortal
De uma partida sem ida.
Mundo perturbado que absorve uma energia
Que não lhe pertence.
Mundo perturbado que não conta suas regras
Apenas ensina por rasteiras e enganos.
Mundo perturbado que passou a existir
Quando amar passou ser meu objetivo de acordar.
Mundo perturbado que acerta mesmo errando
Ou é apenas uma forma de tornar tudo justo?
Mundo perturbado que daria de tudo um pouco
Para descobrir um pouquinho e sair do meu normal.
Vou fugir um pouco
Acreditar na dor
E nas poucas regras que conheço
Partir sem voltar
Espalhar minhas palavras
Até que o vento leve aos seus ouvidos
E nos leve naquele local
Que sussurrei que gostaria de lhe levar
Um dos poucos lugares
Que posso me esconder sem me preocupar.
Estou seguindo a maré, mas estou contra sua corrente
Alguém me disse que seria diferente
Mas é uma diferença tão igual.
Mundo perturbado
Vamos brincar de acreditar no destino
E viver aqueles momentos idealizados?
--- Essa menina é doida!
--- Essa menina é toda avuda!
--- Toda abestada! Não presta atenção em nada!
A mãe indignada vai pro doutor levar a menina desatenta
E grita.
E briga.
E fala.
--- Ow menina lesada! Não sei o que tem essa menina, só anda nas nuvens, quer aparar o vento com as mãos!
E a menina alheia a toda essa confusão fica a devanear com seus vivos olhos sobre o mundo.
O médico olha de cima abaixo
E cutuca a menina.
E olha a garota.
E vira e revira.
E é um fazer exames sem fim!
--- Minha senhora, porque a trouxe aqui?! Já examinei ela todinha, não tem nada essa menina!
--- Como assim doutor?! Essa menina não é normal, tem algum problema! Ela vive falando de castelos, dragões, princesas, magos e feiticeiras! Diz que vê coisa na cabeça dela! A última vez cavou o chão do quintal todo! Disse que tava procurando o tesouro perdido dos piratas do Norte, que eles tinham deixado um mapa pra ela! E não parece que ta nesse mundo essa menina! Fica num canto isolada escrevendo, e pintando e falando sozinha! Ela não para queta! Vive zanzando pela casa, prá lá e pra cá. Me fez pergunta estranha, sobre outros mundos e outros céus. Será que é questão de ir no padre seu doutor?!
A menina, sem prestar atenção à conversa, fica olhando encantada pro consultório, procurando com seus olhinhos algum segredo escondido ou uma passagem secreta.
--- Me diga minha filha, o que você tem?!
--- Eu não sei doutor. Eu só quero pegar a delicadeza do vento com as mãos, tapar o sol com meus cabelos, catar espinhos n`água, sentir o algodão das nuvens. Correr entre os pés de vento, descobrir o sabor de viver, chegar ao fim do mundo, andar em tapete voador, viver um grande amor, descobrir os tesouros escondidos, entrar no fundo das pessoas e fazer parte do que compõe o universo.
O doutor com seu jaleco branco, levanta a sobrancelha e abre um pequeno sorriso.
--- Ah! Então é isso. Já tenho o diagnóstico. Já sei o que tem essa menina. O que você precisa dar pra ela ficar bem é: bons livros, um caderno com muitas folhas e um estojo de lápis bem grande.
A mãe assustada, de olho arregalo, olha pro doutor se perguntando se ele é doido.
--- Mas doutor, no que isso vai ajudar minha filha!?? O que ela tem então?!
--- Se acalme minha senhora. O mal da sua filha é um só. Ela sofre de poesia...
Dalila
O sol é quente e ninguém espera
Que o ônibus vá demorar mais de meia hora.
Mas o pior é que demora.
Quando eu cheguei havia acabado de passar,
Segundo me informou um ambulante
E a única sombra que tem é a do poste, onde uns três fazem fila.
O sol é quente e tirando a agonia,
O carregamento de celular pirata que chegou,
Era só uma pelada na quadra do Caic,
Mas os ânimos se acirraram,
Todos estão de cabeça quente
E o que está com o pé quebrado saiu prometendo vingança,
Dizendo que ia chamar fulano pra dar uma pressão em ciclano,
Que ele ia ver pra deixar de ser otário.
Todos estão de cabeça quente
E é porque amanheceu nublado hoje
Mas o tempo é questão natural
E com o tempo naturalmente você vai aprendendo
Que não importa o quanto você espera,
O ônibus não vai esperar por você
Como tudo na vida,
Como todos na morte.
Valcian Rodrigues
Confidencial
Vou te resgatar
Porque sou tua heroína
Vicie-se
Porque pra ti sou cocaína
Olhe-me que sou menina
Me ame que sou felina
A boca é que alucina
Feche os olhos e imagina
Do toque que acalenta
Do corpo que excita
Da saliva que degusta
A sensação é infinita
Nossas manias
Tem uma perfeita sincronia
Que me vem
Como enigma
Tua voz de embriaguez
Causa-me insensatez
Tudo em tão se desfez
Nossas bocas são segredos
Nossos corpos são desejos
Nossas almas, despidas
O âmago cheio de...
Confidencias!
(Gabi)
Meu namorado
Quando a luz dos seus olhos toca o escuro
Que arde nos meus,
Eu fico colhendo palavras, bobagens escritas em frases
De um amor quase ateu.
De sua janela arremesso pedras
Te chamando pra ver o muro que eu
Pichava simples palavras com uns significados bobos
Saio concluindo traços no asfalto.
Teu desenho grafitado no meu espelho
Uma mostra pro mundo
Gritando o quanto realmente: Te amo!
PaullaGabrielle
Hoje é o dia de ser feliz
SERÁ SE ESTOU AMANDO NOVAMENTE
É ALGO QUE ME OCORRE, INCOERENTE
PESSOA QUE ATRAVESSA MEU CORAÇÃO
DAQUELE MODO, NADA INOCENTE
INCEDIAR CHAMA AQUI DE DENTRO
NADA POUPAR, NEM POR UM TRIZ
SENTIMENTO PROFUNDO, FLORAÇÃO
PORQUE HOJE É O DIA DE SER FELIZ
DE MÃOS DADAS EU QUERO ESTAR
NOS BOSQUES E PARQUES A PASSEAR
O CANTO DOS PÁSSAROS A IMITAR
PORQUE HOJE É O DIA DE SER FELIZ
TODOS OS PROBLEMAS ESQUECER
POTENTOSO E INTENSO CONHECER
BEM ESTAR A ME FAZER CRESCER
PORQUE HOJE É O DIA DE SER FELIZ
NUMA GRANDE VIAGEM A PARTIR
BRUMAS FLUTUANTES DO MAR SENTIR
BONITAS ESTÁTUAS A ESCULPIR
PORQUE HOJE É O DIA DE SER FELIZ
SERENAR NESTE TÓRRIDO CALOR
PODER DE SUPLANTAR A MINHA DOR
SUA PRESENCA AFIRMA O MEU AMOR
PORQUE HOJE É O DIA DE SER FELIZ
NEM QUE SEJA EM KUALA-LUMPUR
MESMO NA TÁBULA DO REI ARTHUR
GRANDE ENLACE FINALIZA ESSE TUR
PORQUE HOJE É O DIA DE SER FELIZ
ALDERON MARQUES
DIA 20/12/2011
saudade é um bichinho que a gente alimenta com memória. Pode começar bem pequena e fofinha, arranhando as portas e mordendo as pernas das cadeiras. Cabe no colo e faz um barulhinho quando dorme. A distância as vezes faz crescer, não importa de que tipo e se está longe ou perto, quando a saudade está com fome também come distância. O alimento é justamente a maior fonte de cuidado porque saudade alimentada com medo ou tristeza pode arranhar, morder ou engolir o dono. Ser engolido de saudade é angústia. Quando bem alimentada, no entanto, cresce, coloca no colo e aconchega pra dormir. De tão vistosa as vezes parece deixar de ser ausência e se tornar companhia e presença. A minha saudade é o que me liga ao que me faz lacuna. A minha saudade não é um vazio e sim uma presença que embala.
Flora Fernandes
15.08.11
Quando lapidado, campeão, melhor do mundo, maravilhoso, festivo.
Mas tenho fome, sou violento, não tive acesso a educação, não tenho nem mesmo saúde,
E ninguém me ajuda a mudar.
Eles vão continuar tripudiando e rindo da minha cara.
Precisam matar minha fome e parar de alimentar minha desgraças,
De que me serve a liberdade se não tenho o que comer.
Liberdade? liberdade! é isso que preciso.
Sou refém do medo. A marca da injustiça.
Me agraciaram com reservas enormes de recursos,
Retribuí com o desperdicio, queimei.
Vou acabar com tudo que me deram, então...
Por favor, me parem!
Me parem, mas nao me deixem parado,
Me atrasei 100 anos para uma corrida,
Tentaram roubar tudo que tinha,
Me enganando com algumas iguarias.
Ronaldo Junior
Paixão confusa
Já não sabemos
Como se deve pensar ou agir
Se nos beijamos
Ou se deixamos partir
Nossos lábios
Tem um sincronismo perfeito
Nossos pensamentos são confusos
Mas dois corações batem em meu peito
O meu ser assim transforma-se
Quando encontra a tua respiração
Disparada pulsação
Dos lábios sendo desenhados a língua
Pela degustação de palavras
Pelo o afogamento em saliva
Veja querido,
Estamos colados
Dentro de um quadrado
Vamos deixar as interrogações de lado
Vamos encostar os lábios, de novo.
Que as perguntas se calarão
Ficaremos numa imensidão
Que começa no colchão
E termina no chão.
(Gabi)
Uma Janela
"É o pequeno espaço entre a ópera de grilos á noite,
E a música do passarinhos quando o Sol nasce..."
-Shhh! Fala baixinho, senão minh'alma acorda!
Permanece quieto;
Põe tuas mãos no rosto,
E te provo como sei fazer estrelas em teus olhos.
Laelia Carvalhedo
Fumei meu último cigarro. Até o filtro.
Bebi a última gota de vinho de minha adega
Rolei de um lado para outro na cama. Minha cama, fria cama.
Tudo para tentar acalentar esse meu corpo pedante
Quero realizar meus últimos desejos, meus anseios. Minhas loucas fantasias.
Meus desejos são tão simples.
Minha vontade é tão grande.
Quero amar. Quero gostar. Quero gozar.
Tudo junto. De uma vez só.
Pode-se fazer isso em uma única noite.
E depois repetir se quiser, se quisermos, se nosso corpo pedir
O tempo escorre depressa, temos que correr contra ele.
Quero tudo de novo. Forte. Rápido. Intenso. Vibrante. Ofegante.
Quero matar esse minha vontade, antes que o tempo acabe
Antes que o mundo desabe, antes que a gente se perca...
Estou na instiga, estou na espera...
Vou fumar meu último cigarro depois de amar você
Vou beber meu derradeiro vinho EM você
Me beba, me embebe de lascívia, me sorva...
... até a última gota... enquanto ainda há tempo..
(Dalila)
Olhos negros
Só de triscar sua pele
meus lábios umedecem.
Meus lábios querendo
tocar, seus grandes lábios.
Meus olhos te penetram
mais fundo que o imaginável.
Te rasgando e invadindo!
Percorrendo sua pele suada
que tem o gosto salgado de oceano.
Querendo te tomar e domar!
Eternamente, como é o mar.
Fernando Andrade Filho.
Náiade
Meu nome é Náiade,tenho 17 anos e muitas incertezas,pelas quais me fazem escrever diversas linhas por varias jornadas de horas.Linhas sensatas . Não sei de certo se estou viva. Quando saio perambulando pela casa me deparo perdida entre sonhos com uma taça em minha mão cortando com fúria meus dedos.Olho fixamente dentro do liquido contido nela e mergulho no meio das surpresas que me revelam dentro de um espelho obcecada com vestidos e sandálias, coisas supérfluas ,mas de uma serenidade pacata. O mais estranho de tudo são estes espelhos refletindo uma mulher morta entre minhas pernas e eu segurando um punhal ensangüentado com um anagrama a decifrar. Continuo atormentada como o poderio desse segredo, continuo raspando os gumes encontrados em minha face .
Vozes vindo de varias direções, gritos saindo eloqüentes de um lado do espelho que consta rachado e no seu meio mostrando por fim a descoberta que eu temia aceitar. Morri a séculos e nunca conseguira libertar minha alma por eu mesma ter violenta-la, eu nunca tentei buscar minha anistia, eu sempre quis ser aquela garota que fala bobagens no canto da mesa, serelepe cantando, arrancando sorrisos, deixando uma suavidade reinar no ar, mas a maldade dos meus pensamentos sempre me sufocou e me impediu de voar, flutuar pelo o horizonte que todos dizem existir .
Atualmente vivo na idade media, usando os vestidos que era obcecada a usar ,calçando as sandálias para tentar seguir em uma estrada com alguém. Mas aqui sou considerada bruxa,herege para os que me enxergam e para os que se enxergam corretos nessa época.
Até quando irei vagar por esses caminhos obsoletos , presa e perdida por diversas épocas, sozinha mantida com os meus 17 anos atrás do meu reflexo ?
Myrla Sales ‘
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
O VELHO E O DUENDE I (conto parte I)
(Obs. foto tirada do site: http://www.flickr.com/photos/41028358@N05/3785441541/)
A
estrada não estava tão íngreme como antes. Mas àquela altura o velho estava
cansado demais para continuar a andar. A casa estava lá no alto, inerte e
mórbida. Parecia jogada às traças, o grande telhado com suas telhas negras a
deixava com cara de abandonada. As grandes pedras que sustentavam suas paredes
davam-lhe ar de castelo. Ali o velho estava protegido do frio e da chuva. De
longe se via que as janelas estavam abertas, eram de madeira gasta e os pregos
que prendiam as madeiras já se encontravam com ferrugem. Podia sentir o cheiro
da fumaça naquela distância toda e isso mostrava que ali morava alguém. As
janelas podiam contar histórias de tão velhas. “Onde será que essas madeiras
estavam antes daqui?” – pensou o velho. Mas o caminho ainda era longo e o velho
não mais estava agüentando o caminhar diário. Sentia fortes dores na perna
direita, o que lhe prejudicava. Ele nunca descobriu porque nem de onde apareceu
essa dor, ele dizia que as dores na perna começaram no final da sua juventude.
E mais uma vez lá ia ele montanha acima com seu embornal e cajado. Não levava
nada demais, só um pedaço de pão e um cantil de água.
O
velho reparava todos os dias em tudo o que estava no caminho. Fazia anos que
ele reparava que algo estava mudando. As flores estavam cada vez mais raras,
com isso os frutos também diminuíram. Ele temia outra geada como no inverno
anterior, pois teve que ficar semanas em clausura, pois andar naquela neve era
impossível. Tudo tinha sido congelado e os peixes se esconderam o mais longe
possível da montanha, aonde a neve não chegava. O inverno cada ano mais longo e
o verão sempre mais curto.
O
rio sempre cristalino. Peixes nadavam e saudavam o velho que ali sempre
passava. Ali o velho nunca havia pescado, eles se tornaram amigos, sempre os
aconselhava e os escutavam atentamente a cada história contada. As pedras
redondas no fundo do rio transformavam as pequenas corredeiras em instrumentos
que compunham canções para que os pequenos peixes dançassem.
-
Grinbow... Grinbow! O que houve?
-
Não houve nada querido Plershes. Só estou descansando. – diz o velho ao Duende
Plershes.
Plershes
morava naquela montanha desde quando nasceu, fazia 362 anos. Sua estatura
chegava ao joelho do velho. Suas sobrancelhas brancas e grandes quase lhe
escondiam os olhos negros. Ele não tinha pêlos no rosto e o nariz era grande e
assustador. Suas orelhas eram longas, mas sempre estavam abaixo do chapéu
marrom que usava. Sua roupa verde fazia com que ficasse imperceptível em meio à
relva. Era viúvo e havia alguns verões que não falava mais da sua amada
Querímia. Ela, enquanto viva, tinha um dom muito especial, e contam que uma vez
salvou toda uma tribo de nômades. Ela escutava a voz do vento e do tempo e um
dia ela ouviu que o vento queria alertar a tribo, pois eles estavam indo de
encontro a uma manada de javalis que se encontrava a uma dez léguas dali. Os
dois guerreiros mais fortes não acreditaram em Querímia, a tribo escolheu outra
trilha para seguir seus caminhos. Depois de alguns dias o vento espalhou a
história: os dois guerreiros lutaram bravamente até a morte sem conseguir ferir
nenhum javali. Alguns mercadores contam que ainda escutam os gritos dos
guerreiros sussurrando pelos bosques. Mas uma coisa que Querímia não sabia era
até onde as vozes poderiam levá-la. No dia de sua morte, Plershes confidenciou
a Grinbow que sua amada tinha sido levada ao penhasco pelas vozes. Foi a ultima
vez que Querímia fora vista. Ela foi dada como morta depois de três verões de
intensa procura. Plershes guardava as próprias lágrimas para regar suas rosas
cujo carinho era de pai para filhas. As
rosas eram sempre sorridentes.
-
Plershes... – respirou fundo e depois o
velho voltou a falar – Acompanha-me o restante da subida?
Plershes
nunca deixou de atender um pedido do velho. Eram amigos a vários verões, já
estava chegando ao 122º. A casa já não se encontrava tão distante, os girassóis
que floriam o ano todo e sempre saudavam o velho quando passava. Nos dias
nublados eles se voltavam para onde o velho estava. Diziam nunca estar tristes,
pois sempre havia luz para eles. Se referiam não ao sol, dele sempre
reclamavam, às vezes lhes queimavam algumas pétalas e folhas. E reclamavam um
pouco das pedras, porque refletiam muito calor, e as pedras sempre riam das suas
lamúrias. O duende sempre estava com o velho, e os dois conversavam tomando o
chá da tarde comendo os deliciosos biscoitos de cogumelos rosa.
A
casa do velho era de um tamanho razoável. Quando chegaram, subindo a escada de
três degraus, de madeira, perceberam a presença de Nicra, um esquilo, que
estava dormindo no banco da varanda. Entrando na casa, os dois viram que tudo
estava em seu devido lugar. No lado direito havia uma cama feita de tronco de
madeira, de uma peça só, entalhada a mão, ao lado havia uma pequenina mesa com
uma moringa de barro com água e um pequeno copo de madeira. No centro da casa,
que só tinha um cômodo, havia uma mesa com quatro cadeiras. A mesa sempre
estava perto da janela dos fundos para que eles pudessem tomar o chá vendo o
pôr-do-sol. O velho sempre deixava suas garrafas de vidro sobre a mesa para que
quando os raios do sol as atingissem pudesse proporcionar um agradável reflexo
luminoso em toda casa, com todos os tons de cores. O fogão ficava bem no fundo
da casa e naquele canto não havia janela. Sempre havia algo sendo preparado
nele e na maioria das vezes era o saboroso chá da tarde, que era feito das
raízes de pinos marítimos.
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