Converto o balanço da rede
no balanço de uma canoa
pescador sentado na proa
no sol morrendo de sede
Seu trabalho, o ganha pão
rio de esgoto agora é
seca e lama, agua pé
bale de peixes em mutação
Disfarça, palavra pouca
rede rasga em muturo
fome grita no buxo o futuro
tremula em voz rouca
Piau engana anzol
malícia mora no rio
Fogueira engana o frio
na rede, um lençol
Madrugada, batida de violão
Peixe no espeto, falta
a lua bêbada, alta
percussões no coração
Acordes boião no vazio
assim como a sua mão
está o seu coração
mais seco que aquele rio
(MarcoFoyce)
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