terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Eauvolchis - a lenda de um clã II


Seu sorriso era encantador, ele percebeu que era dirigido a ele, ela sorria para ele, então subitamente sentiu um vontade imensa de tomar aquela mulher nos braços, seus olhar caiu sobre os lábios rose da jovem ruiva e seu sorriso foi diminuindo a medida que ele sustentava esse olhar, ele não podia resistir, amava loucamente essa mulher, amava? Ele nunca a havia visto como poderia amá-la, mas não se importou com esse mero detalhe, enlaçou a cintura da jovem em seus braços e encostou seus lábios levemente sobre os dela, ao sentir que ela correspondia, beijou-a com intensidade e paixão. Novamente escuridão, isso o irritava muito, queria estar com ela e agora era obrigado a voltar à realidade, quanto mais tempo passava nas sombras, mais percebia como era insano desejar aquela mulher, ele não a amava afinal, que encantamento seria aquele? Era só no que conseguia pensar.
Estava novamente diante da dama de cabelos negros e esta estava mais próxima do que seria esperado, fazendo-o pensar em porque estavam tão próximos, a não ser que fosse ela que ele beijara enquanto estava em transe, porque a essa altura ele já sabia que estava rodeado por magia muito poderosa e tinha sido com toda certeza enfeitiçado. Mas a jovem morena estava com o olhar perdido, quase que fora de orbita, agora mais perto ele podia ver a cor de seus olhos, eles eram de um cinza claro muito brilhante, e por vez ou outra passavam por eles reflexos violetas que ele não sabia de onde vinham. Vendo que ainda permanecia com as mão na cintura da moça resolveu afastar-se para não ser novamente agredido, ao fazer isso ela piscou e voltou a si, ao olhar para ele estava mais assustada e quando falou sua voz era mais suave e temerosa.
- Você... viu? – não fazia algum sentido o que ela dizia, mas depois de um tempo constatou que ela devia falar do transe em que estavam, era óbvio agora, aquilo era uma visão, talvez uma profecia.
Ele apenas confirmou com a cabeça, enquanto ela parecia cada vez mais desesperada – Quem é você afinal? - a pergunta o pegou de surpresa, nem tinha notado que não haviam se apresentado
- Sou Danush, filho de Tuarah¹, arqueiro dos exércitos da grande nação de Avenon² - a apresentação era pomposa demais ele sabia, mas um guerreiro precisava manter sua fama intacta e vangloriar-se de sua gloria, no entanto a morena mal se abalara ao saber quem era, notava-se na verdade que ela não fazia idéia de quem era, ou não se importava nem um pouco, decididamente não era o efeito que seu nome costumava causar.
- um tuarege, com certeza um mortal, Tuarah não produz magia há séculos, mas porque conseguiu chegar à Clareira? – ela falava mais para si do que para ele, Danush não era do tipo de homem que gostava de ser ignorado, tinha muitas honras e prestigio onde morava, era o melhor arqueiro do leste da grande nação Avenon, e estava sendo deveras inutilizado no monologo que a jovem começava a desenvolver – não pode ser, há algo muito estranho com tudo isso, você não poderia ter visto, somente eu... Impossível, completamente impossível, ele é um mortal, nem mesmo é um mago ilegítimo³, ou então teria dito quando apresentou-se para a corte4...
- Ei, mocinha, porque você não me diz o que é tão impossível? Talvez eu possa ajudar, se você me disser quem é – ela saiu de sua linha de raciocínio quando interrompida por ele, olhou-o de cima abaixo novamente com seu ar arrogante.
- um mero mortal, servir de ajuda a mim? Kelikah, filha de Eauvolch, a grande nação mágica das terras subterrâneas.

NA¹: mais um trecho, agora sim feita às devidas apresentações, muito mistério nesse comecinho de história ^^
NA²: mais glossário:
¹ Clã da grande nação Avenom
² grande nação do vento, conhecida por produzir talentosos arqueiros
³ sacerdotes da natureza, não possuem magia genuína, extraem essências e venenos da grande mãe terra para produzir suas poções, seus cultos a natureza são conhecidos por rituais de proteção e fertilidade.
4expressão usada para designar uma apresentação formal

(Nynna Zamboti)

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