quinta-feira, 10 de maio de 2012

Parcelas Suspensas no mundo do Ar - A velha luneta



Meu ponto de vista
vem de uma luneta torta
vendo através da poeira
já dada por morta
um espirito velho
como novo se comporta

Cravei no meio das nuvens
as minhas garras de aço
lancei gritos no espaço
uma trilha comecei a desenhar
descalço vou caminhar
a ciranda acelera o meu passo
cada verso mal feito, amasso
faço dois em seu lugar

Passei por entre as nuvens
caminhei sobre o fogo Neturno
conversei com seres noturnos
entre eles pude me abrigar
lia neles sinceridade no olhar
embolados em rodas de coco
pretos velhos, meninos e caboclos
batendo palma tirando rima do ar

Me fiz poeira, do vento sou mensagem
no meu corpo, de tuas lembranças fiz o mapa
os meus versos enfeitei com uma capa
de elementos sedimentares esquecidos
noites em torno de fogueiras, aquecido
espalhados como bolhas de sabão
ganham o céu ou explodem no chão
abala a terra com seu grande tremor
dos versos que ganhei de nosso Senhor
uns três deles mostra a salvação

(MarcoFoyce)

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