quarta-feira, 2 de outubro de 2013
TEMPO
Há tempos
que a gente vive
sem tempo...
Porque a gente está preso
em um Templo
tempo,
fica sem o tempo...
Caminhando dentro do tempo
feito alhures e alheio,
não sabemos
andar sem o tempo feito
fora do tempo...
Há tempos
que a gente vive
sem o tempo,
fora do tempo.
Há tempos
Que a gente não tem tempo,
não vê o tempo
e não faz o tempo...
para auscultar nosso curso em nosso tempo, com tempo...
Há bons tempos sensíveis,
com cantos e com encantos,
que doutores das cientistas do Ocidente,
desacordados das cordas que os oprimem,
não podem sequer notá-los... e se notarem...
Há tempos que embriagam vidas,
por vidas inteiras; e dão vidas...
Estes, as ciências duras e seus entes sem doçura
não podem anotá-los, nem prescrevê-los,
nem dominá-los, nem desfrutá-los,
porque lhes faltam tempo...
e a sabedoria para andar fora de seu tempo
linear... formal... mecânico... insensível...
Desatento
ao tempo
e à gente mesmo no tempo,
em pouco tempo se vai o tempo
e a gente com o tempo
e não haverá mais o tempo feito
e nem mais tempo para fazer...
Acabou-se
O tempo
Acabou-se
Também...
Mas a Mãe do Templo
em seu templo
há de nos conceder uma última voz ao vento,
antes de evaporar o sopro:
“Ah! se eu ainda tive tempo, eu faria o tempo... dentro e fora do tempo”
Acabou-se...
a doçura
não lhe serve...
o mel é fel.
Jaz-se...
Mas não me leva em sua companhia...
porque eu ainda quero a doçura da vida e do mel...
e a embriaguez da vida, do vinho, do amor e da poesia...
Áureo João. Teresina, 01 de outubro de 2013
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