quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Prefiro


Eu prefiro;
sou muito mais me espantar a cada dia
sobre as rodas do mundo
a descer o gole de café fúnebre
e sem fraternidade na pré-dita normose

Sou muito mais ter a pele queimada ao Sol
e o rosto metralhado por gotículas de chuva e afeto
a desfeita de me encerrar depois da meteorologia

Sou muito mais a tensão e o medo das ruas,
por mais cruas que sejam e devorem em mim
punhados a sentenciar pela voz se faz o verbo inflexível,
no véu da história sobre aplausos

Eu prefiro; ferindo-me em curto sangue
a um oceano diário por ostentações

Prefiro canções aos silêncios póstumos
prefiro equívocos a certezas desertas,
ventos e trovões, conspirações

Sou muito mais amor, a cor, ardor e o desmérito
da lágrima que fito, desfaço o concreto

André Café

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