Foto: Butterfly |
Vem a mim, com o perfume óbvio de armadilha
e se aposenta sobre meu colo
rodeando ouvidos, apoiando-se em meus ombros
canta-me as melodiosas palavras insuspeitas
Risca suave minha pele
como de deslizasse uma pedrinha de gelo sobre a mesa
me serve daquilo que se entende o sumo do ver e do querer
agarra minhas culpas para provocar a fome
A minha garganta coça e engasga o tempo
vem a cada dia mais linda e cada vez mais longe
por vezes me disperso em seu torpor
mas não o bastante para fundir-me
Vem a mim, com o perfume óbvio de armadilha
me faço ilha, pra outros nortes
vem a mim a normose, com um encanto fácil
mas que desfaço o cortejo
o que vejo ou o que quero
às vezes é o que espero
ou mesmo o desespero
de não saber ser, 'certeiro'
André Café
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