terça-feira, 13 de dezembro de 2011

É de vento

Chess player -Kay Isselhorst 


É de vento


No vento, a estranha nuvem se dispersa.

Ouço a canção que de longe figura-se:

Não ouça...

Não ouça...

O silêncio daqueles olhos falam.

Tomo um alazão imaginário.

Em um galope desordenado,

Passeio pelos campos da incerteza

(e o passado é inseguro...).

Torno à casa que ontem, neste pesadélico horário,

Dormia em demasia.

Distante dos tempos terrenos.

Mais perto dos tempos mentais?

Encontro novamente a melodia que de longe vem.

Me desfaço nos desejos, me refaço nas melodias.

Teimo em tentar entender os desfechos,

Das agonias e das energias...

(Me falas alegre de teus dias vivendos.

Recebe minhas palavras como cantos.

Dás-me teu ombro (teu desejado ombro...) de aconchego e consolação.

Enquanto teus olhos existem...)

Em teus falares e tua boca.

(Perdão se menciono a visão dos distantes planetas.)

Em teu sutil passo,

de passagem singela,

de falar singelo.

O que lhe distingue, está lá.

(Agora o poeta dorme por sobre singelezas.

Há de sonhar...)

Pedro Sena

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