quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Ele se foi
Aquele barulho de água, caindo no cimento grudado, ali esquecido há tempos pelo sol, era o único som que pronunciava vida. Era ignorada, por mais que obrigada fosse:, suspirar, enganar qualquer um. Menos a si, e por isso o silêncio. Respirava como se quisesse morrer. Vazia como a casa era seu corpo, sua voz. Seu jeito intenso de querer o mesmo de sempre.
E com essa solidão toda. Pelo frio que sentia, a claridade das lembranças completaram-na.
Porque os espaços da casa vazia sobreviviam em sua lembrança, em qualquer esquina que o pensamento fosse. Como ainda chamar de amor o que quando acaba também destroi?
(Rosseane Ribeiro)
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