E o som ecoava...
E o tom ecoava ...
Não me permito a isso
Não preciso de grito
Não necessito de ritmo
De ninguém a não ser o meu precipício
Estou mergulhado em meu sacrifício
Sem voz, sem tom, não penses em jamais
Me invocar
Teu cheiro, tua sombra
Intensa lombra
Já me entorpece até minar
Já é hora de acordar
Deste torpor inebriante
Deste sonho irrelevante
Não sei aonde me levará
Um grito, um acorde musical
Sol do bem, ré do mal
Como um fantasma atravessar
A cortina descortina uma peça
Então eu peco, te peço, tropeço
Em nova imagem onírica
Eu durmo
Eu acordo
Nenhum acordo foi feito
Acordes do coração
Acordes desta ilusão
Ainda é dia, ainda é noite
O sonho não acabou
Acordes por favor...
Sem fontes
E codinomes
A não ser o despertar
Toque que me atravessa
Me chama a atenção
Me prende
E percebo que já é hora de acordar
Sem eco
Nesse seu grito eloquente
Sem nexo estou em pé
Para mais uma música escutar
Posso cantar e minha alma gritar
E percebo que já é hora de sonhar
Sem eco
Sem pedra para transformar
A eterna procura realizada
Da ninfa que canta e encanta
Mas na floresta se perde
Na busca da atenção daquele
Que se enamora edazmente
Nem mais bela canção de repente
Improvisada, consegue laço formar
Somente o tormento de um pesadelo
Aos deuses mais profundo apelo
Mas nunca atendida plenamente
Naquela falta que a fantasia tenta
preencher
Nenhum humano pode conceber
Mas você a cada dia podendo viver
Pois sonhar e cantar já ecoava
... E ecoava
E me atormentava
Precisar e repetir
Cantar e emitir
Cantar o que tem por vir
Cantar e transmitir
O mais belo amor
Até onde a minha vida seguir
Assim preencho meus dias sem monotonia
Vivendo apenas para ecoar e outros
amores despertar.
Alderon Marques e Myrla Sales
Dia 12/05/2012
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