Me deixa queimar entre as brasas do marlboro,
em uma peste desconhecida que assombra meu corpo
e esquenta minha pele, transcendendo a minha mente
e com um copo de cerveja, me arde intransigente...
Deixa queimar.
De repente me cubro de imagens negras
minhas costas ardem de súbito
com um soar obscuro de pecados querendo se julgar
(culpa-se)
soturna camada de um entristecer ao meio-dia
sem explicação.
Apenas queria.
"Deixa queimar"
Repete as brasas do marlboro no cinzeiro
para algo que em nada me pertence,
floresce no corpo
uma saudade indescente
e aperta no peito
um desejo persistente
e parte a boca em palavras insolentes
de idéias misândricas.
Queima! Sentimentos e cintilâncias
de uma alma grande em um corpo minúsculo
que escapa em um suor febril
num torpor imundo.
Raíssa Cagliari; 14/05
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