quarta-feira, 6 de junho de 2012
Na companhia de minha dor abafada e escondida
Não tomo nada além do que um copo de água sem gás, já passa das oito da noite e minhas certezas parecem escorrer e se infiltrar pelo chão
Angústia maior, regada a saudade, com o som valente do trânsito e das passadas apressadas das pessoas voltando pra casa. Mas não eu. Estava ali a espera, do momento que tanto busquei, da possibilidade que alegava há tempos. Entre um trago nervos de cigarro e uma olhada para o céu e para rua, nem notei o iluminar da Lua. Parecia ela só pra mim, comungando da minha aflição pra te ver de uma vez e decantar a fúria de minha dor do meu peito. Mas ao mesmo tempo, o receio ao não te ver chegar enquanto os segundos pesam mais que dias passarem lentamente ainda deixa aceso o fulgor da solitude. Um pouco mais de oito horas; um pouco mais de nove horas.
E o tempo não passa, o coração se retorce dentro do peito implorando por um pouco mais de você. A escuridão da noite me veste e o brilho das estrelas reflete em minhas lágrimas doloridas.
Por que não volta? Eu não suporto mais essa espera, a espera do nada do que não é, do que não foi, do que não se sabe se será. Tudo é tão inserto é tudo tão escuro.
Jogo-me nesse canto de praça vendo as horas se dissolver, junto com a fumaça do cigarro que cobre minha solidão, mas sabe o que mais me enfurece? A droga dos finais felizes inventados em poesias passageiras que se guarda e se lê quando da saudade como um brinquedo velho, almejo eu um dia escrever assim a felicidade de um fim que não termina, mas enquanto isso eu apenas sinto saudade por ainda não ter vivido o que há dentro das palavras.
Quanto a você? Eu continuo esperando mesmo sabendo que não virá, eu apenas espero junto com essa conformidade de viver na companhia de minha dor abafada e escondida.
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