terça-feira, 6 de novembro de 2012

A FLOR INVOLUNTÁRIA



Ela é o ninho onde cabem minhas asas;
Ela é a luz do firmamento, onde o poeta
Ensaia os vôos siderais;
Ela é o espaço onde as etéreas ilusões se fazem carne;
Ela é o mistério que se oculta na catástrofe da vida;
O sono que me chega no ventre da noite esquartejada;
Ela é o sussurro que me fala quando estou sozinho;
Seus braços são o ardor da flor fecunda
De abraços onde cabe o mundo inteiro;
Ela é lembrança do orvalho no campo imaculado
Antes que o Tempo viesse roer os rochedos
E ela é o segredo do velho alquimista
Que via os dias correndo sem tempo
Sem jamais dar razão aos relógios;
Ela é o medo que projeta a sombra enorme
No corpo do simples mistério de amar;
Ela é um trunfo tirado do acaso, roleta russa,
A flor involuntária dos meus sonhos febris,
O instante de paz e de um lindo abandono
Nesta viagem sem destino que chamamos de vida;
Os olhos do Amor que não vive no escuro,
A lua que passa espalhando saudades,
A forma mais pura de medo e saudade,
Simplesmente Natasha...

(Igor Roosevelt; 25/02/09)

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