Qual a cor da felicidade
Quando ela sai pela nossa porta
A descolorir nossas venturas
A desbotar nossa memória?
Tem a cor de uma cidade
De concreto e folhas mortas
Em ruínas de saudade
A desmoronar em tardes mornas
Perde a cor, o cheiro, o sabor
Faz-se em monólogo por língua e tato
Parte o todo em mil pedaços
E veste o casulo do abstrato
A felicidade hoje em dia
Tem a cor da minha covardia
Lança-se longe, sem retorno ao fim
Sem que possas entrar em mim
(Alice Alencar)
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