quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Et infinitum
Atiraram a metade da laranja para fora da janela
Sacudiram a minha vida, me colocaram de cabeça pra baixo
O sangue desceu
O bombear
A pressão
O desnorteio
O desnorteio é falta de norte
De rumo
De rastros que te aponte
A ponte é algo que se passa
Atravessa
que se leva
Cheia de levas é a vida.
Ontem levei um soco no estômago
E no âmago me doeu.
O bucho não sossegou desde então...
E se antes eram borboletas, pouco depois virou azia.
Parecia comichão! Uma angústia que caminhava por todo meu corpo.
Soluços fortes pareciam risos
Ia arrancando,
dando gaitadas
Freava e acelerava feito qualquer veículo motorizado
A tristeza é um prato cheio
Cheio de todos os tipos de solidão.
Solidão ao molho pesto
Solidão à parmegiana
Solidão refogada com brócolis e alho e óleo
Solidão com cobertura de chocolate
O nó na garganta se faz de linguagens!
Eis que o moço falava calmo:
"Isso é coisa pouca para chorares assim"
Eu queria ouvi-lo, mas era dor demais para pouco ouvido.
... E o soluço cantava até desafinar de fininho.
E, aos poucos, me ia finita de infinitudes.
Tassi
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