sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Sextilha de Viola de mei de feira




Uma noite, o feitiço
uma estrela fez clarão
rápido cortou o vento
deixou o tempo sem noção
as armas do cavaleiro
num devaneio veio ao chão

Derrubou todo o castelo
ofuscou o que era visão
foi no fundo da raiz
de toda a criação
e os tijolos de pedra
viraram um coração

A lua embusteira
estava a observar
incomodou-se com o vento
com o seu cabelo a bagunçar
conversou com a estrela
que com mortais foi se sentar

O cavaleiro admirado
de versos foi se armar
sentou-se do seu lado
pro seu nome perguntar
quem era, o que fazia
e ficaram a conversar

Prosearam sobre o mundo
e sobre tudo que fazia
como ocupavam o tempo
como era o seu dia
discutiram sobre a vida,
sobre amor e sabedoria

E a Estrela assim brilhou
sua luz se acendeu
o Tempo em um galope
desembestou-se e correu
entre encanto e magia
um beijo aconteceu

Eram beijos e abraços
que faziam flutuar
numa nuvem confortável
começaram a se amar
uma paixão incandescente
com o Cavaleiro foi morar

A Estrela entre as nuvens
ali ficou em sua casa
Cavaleiro voltou a terra
a paixão que lhe deu asas
Deitou-se em sua rede
com o peito ardendo em brasa

Acordou no outro dia
foi a Lua perguntar
quem era aquela Estrela
de beijos de encantar
e a Lua conselheira
mandou-o a Estrela procurar

O Cavaleiro pegou verso
o melhor pra se vestir
em plumas de poesias
entre as nuvens foi subir
procurando a Estrela
e seu amor pra se cobrir

A Lua se escondeu
o Céu se apagou
na procura do encanto
só o frio encontrou
a Esperança que era luz
no frio acabou

A história que escrevia
o livro se fez poeira
contando o acontecido
morria em qualquer beira
hoje é mote de viola
tocado em qualquer feira

(MarcoFoyce)

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