quinta-feira, 14 de junho de 2012

Mar de Dentro



Eu que assim
Tão lento, tão fundo
Senti antes em superfície
Se de coisas tais é um lago raso
Pra outras toda dor do mundo
Ácido, longo, dentro, dentro

Deep, deep river
Deep and dark river

Quando quis que assim morresse
Veio de novo
Tomou mais forte
Bateu alento
Uma brisa leve
Mesmo com um calor excruciante

Levaste consigo
Levaste a vida
Levaste a verdade
Sem pensar
Sem ao menos querer

Não é algo que se precisa querer
É um sentir nem que descontente
Só a flor permanece
Mesmo a duras penas

Esse amor canibal que lancina
Que arde e assopra
Que vai e vem
“Aquele que a gente não vê?”

Sei lá o que é de dar
Sei lá o que é de vir
De voltar
De saltar de dentro
Daquele mar que pra sempre
Só sentirão aqueles
Que são nós dois.

Dalila Fonteles Mauler
12/06/2012

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