domingo, 3 de junho de 2012

Síndrome do Pânico




Sei que é difícil entender essas coisas que se passam comigo. Que coisas? Eu nem sei que nome se dá a elas. Pânico, horror, desespero; tudo isso faz parte de um temor ainda maior à minha sanidade. Não sei a que propósito elas vem, ou se ao menos existe um. A única coisa que consigo detectar quando nos confrontamos é que sou suficientemente frágil para elas me abaterem em algum impacto, por ínfimo que seja. Tenho medo do que a frequência dessa onda de pavor possa vir a fazer, pois se a minha estabilidade é tênue para esmorecer diante aos pequenos eventos da vida, o que dirá enfrentada aos abalos de grande porte – estarei eu sucumbida na fúria de um pensamento em total desordem?

Não gosto de parar pra pensar nessas possíveis resoluções do destino. Antes disso me ponho de braços esguios a prender-me contra a corrente. Ainda não descobri qual a melhor maneira de lidar com esses espasmos repentinos que me deixam à margem da minha própria história, mas por enquanto finjo que não há problema algum. E assim fingida vou às ruas distribuindo sorrisos e esbanjando a racionalidade que eu não tenho. Quanto mais acreditam que sou normal, eu mesma vou crendo nisso.

Vanessa Teodoro Trajano

p.s: me desculpem a obviedade do título desta prosa, mas é  que ultimamente ando muito sem criatividade para dar nome às coisas.

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