Sei que é difícil entender essas
coisas que se passam comigo. Que coisas? Eu nem sei que nome se dá a elas.
Pânico, horror, desespero; tudo isso faz parte de um temor ainda maior à minha
sanidade. Não sei a que propósito elas vem, ou se ao menos existe um. A única
coisa que consigo detectar quando nos confrontamos é que sou suficientemente
frágil para elas me abaterem em algum impacto, por ínfimo que seja. Tenho medo
do que a frequência dessa onda de pavor possa vir a fazer, pois se a minha
estabilidade é tênue para esmorecer diante aos pequenos eventos da vida, o que
dirá enfrentada aos abalos de grande porte – estarei eu sucumbida na fúria de
um pensamento em total desordem?
Não gosto de parar pra pensar
nessas possíveis resoluções do destino. Antes disso me ponho de braços esguios
a prender-me contra a corrente. Ainda não descobri qual a melhor maneira de
lidar com esses espasmos repentinos que me deixam à margem da minha própria
história, mas por enquanto finjo que não há problema algum. E assim fingida vou
às ruas distribuindo sorrisos e esbanjando a racionalidade que eu não tenho.
Quanto mais acreditam que sou normal, eu mesma vou crendo nisso.
Vanessa Teodoro Trajano
p.s: me desculpem a obviedade do título desta prosa, mas é que ultimamente ando muito sem criatividade para dar nome às coisas.
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