TAMBORES DA DOR

Olhem, filhos!
Orifícios negros
Escuros como o vazio
Depois da pressão do indicador.
Dor e vazio
Indicados à família do portador do orifício
Chafarinando sangue sem dó.
O orifício do tambor arde vazio
O vazio arde no orifício de seu portador
E em toda sua família porta-se dor
Hã? na dor
Ana dor
Paulo dor
Joan na dor
Joana dor
Sem na dor
Cem na dor
O portador do indicador nããão se importa!
Nem seu pai, a pátria. Divorciado!
Olhem, filhos
E difício!
Edi...(glup)
Edifícios e covas
Olhem mães! – melhor não –
Carros, carros, caros carros!
E caronas em rabecão
A lei que “leva alívio”
Vai chegar num OVINI!
Eu profécius...
Eu profécius.

(Salathyel Costa)