Juventude. Insatisfações. Vontades. Anseios...
Em meio a multidão cotidiana, com preocupações individualistas, surgem vozes que proferem palavras inquietantes.
Que “desafinam o coro dos contentes”. Que possuem preocupações COMUNS, que se unem em torno de causas COMUNS, que agem em prol de um coletivo.
São jovens cheios de sonhos. Utópicos? Talvez, até que sim.
Estudantes que sonham com o impossível e travam brigas para que o possível se faça realidade.
Brigentos, diplomáticos, birrentos, apaziguadores, falantes, calados, idealistas...
Pessoas diferentes, que brigam, que riem, que choram, que comemoram, que caem, que são perseguidas, que vencem juntas!
E que perdem também , mas que levantam, repensam as estratégias e pautas e voltam a luta. Foi só uma batalha perdida.
Apenas um acontecimento pontual, que torna-se motivador para o alcance de grandes vitórias ao longo dessa guerra sem final, renovável.
Assim, como o movimento estudantil, que perpassa diferentes épocas, contextos, conceitos.
Correr riscos. Permitir-se. Viver. Conviver.
Estudantes que enxergam na união um modo de experimentar sensações, de sentir o amargo sabor dos dissabores que adoçam a vida, e de gritar aos quatro cantos (às vezes bem alto, às vezes em silêncio) que basta de desigualdades, de falcatruas e que agora ( como toda hora!) é hora de buscar a diferença, de entender que “um outro mundo se faz possível”.
São sonhadores. Revolucionários anônimos, com idéias conhecidas. Alguns nem tão desconhecidos, mártires dos “anos de chumbo”.
Velhos anos, novos tempos. E o chumbo, ainda permanece? Talvez não tão às claras, nem tão literal. Talvez hoje ainda se morra por ideais. Se morre de raiva de gestores incompetentes. Se morre de tédio por um ensino sem qualidade. Se morre de gritar sem ser ouvido. Se morre por querer viver dignamente.
Mas vale morrer, que perder a vida. Mais vale viver que morrer de medo. Mais vale lutar que desistir dos sonhos. Mais vale acreditar que juntos somos mais.
(Tuyná Fontenele)
(Tuyná Fontenele)
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