terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Poema em dupla


Nas noites em que estou só,
vejo estrelas bravas e brilhantes.
E não vejo bem pela janela,
é pelo buraquinho entre a telha e o peito.
E no peito exposto ao sereno da noite,
tento sem conseguir dominar a minha sorte.
Segredo a noite as minhas frestas,
engano no tamanho da solidão.
Pra ela digo com cautela as tristezas,
exalto sem pudor as minhas aventuras solares,
transpiro a insensatez,
ela arde na minha pele pálida.
De não poder parar de sonhar,
acredito sinceramente naquela luz que vejo
a saltar de tanto em tanto a razão
e corresponder o invisível com meu melhor sorriso.
A fumaça envolve meu corpo
e sorri em resposta.
Vislumbre, então, pouco mais que isso
e entenda noite, solidão e estrela.
Duvido, mas espero.

(Larissa Andrade e Lara Medeiros)

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