Não quero perder o que não posso perder
Não quero perder a minha individualidade
Não quero perder meus momentos únicos
Momento de solidão compartilhada
Lado a lado com minhas reflexões
Que me aquecem, me fortalecem
Não quero perder o fundo confortável
Da pelagem branquinha do coelho
Nem mesmo as vezes de lance no espelho
Amarga a imagem que busca refúgio
Subterfúgio, fundamentado, esclarecido
Mas acima de tudo respeitado, considerado
Não quero perder tudo como está
Pois como está não pode melhorar
Pois melhorar não deixa como está
E como está não há como arrasar
Não quero socializar, não quero emergir
Não há como perder, não quero perder... você
E não há como ele não entender
E não há como ele não respeitar
Não há como ele não aceitar
Mas há como refletir
Pois a vida é o limiar de não viver
Ou resiliência ou resignação
Não nada disso, nada é imposto
Apenas refletido e guardado num cantinho bom
Porque talvez possamos viver
Possamos vivenciar e nos permitir
Ao vento ao tudo ao mínimo do máximo pouco
Num grito rouco que não insiste ou persiste, existe
Não vai perder, nunca vai perder
(André Café)
Nenhum comentário:
Postar um comentário