sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Aqui jaz um sentimento




E aqui jaz! Sepultado em terra molhada
na esquife de gelo do esquecimento
abnegado pela súbita calma
de solver-se a sede do fim do relento

Não só, às cegas do olho nu
ou em pé, com riscos de chão
Enterra na alma os horrores de dor
espreme a silhueta de monção

E aqui jaz! Senil, mas oclumente
Tornado de mil pensamentos
Outrora o ápice sutil
Agora ao fardo contento

E tolhe deveras feroz
Punhado de résquia emoção
e jaz, assim de uma vez
a sete léguas no coração

(André Café)

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