quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O rio e o rir




Luz e calor
Calor e calor
Na planície mesopotâmica
Dedos mosaicados de janelas
Que apontam para o azul
A moderna arquitetura
Tem cloaca que cospe às vistas
No rio rústico
Já raquítico
A janela recorta o rio
E o põe em tela fazendo rir o rico
Mas não recorta nem atenua sua dor
Demorada
Sendo devorado com a fome
E a paciência da soda caustica
Qual pecado para tal castigo, Beverly Hills?
Bebes em rios?
Pense a resposta
Só consigo
Você consegue
Eu consigo
Só num sei o rio
Sem...
Sigo.
Sigo?


(Salathyel Costa)

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