sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
"Bom amor"
saiu de casa balançando os braços e a preguiça que quis o deixar dormindo mais um pouco estava em seus passos lentos. Menino magrelo, face apática. Parou no carrinho e comprou uma tapioca, "com queijo por favor", ainda por cima um café e dois copinhos, ele esfriou colocando o conteúdo de um copinho para outro repetidas vezes. Café morno e a boca do menino branca de leite de coco, apressou o passo por causa do café, engoliu a tapioca sem muita dificuldade, passou a mão na boca, no cabelo, repuxou a camisa sem estampa para baixo e bateu a porta daquela casa no início daquela rua. Como de praxe naquele ano, o menino, exatamente as 17:15, escolhia uma rua aleatória para entregar seus cartões coloridos para quem atender a porta. Como o garoto sabia que não podia melhorar a vida de todos e também por ter consciência de seu escasso dinheiro, o menino produzia cartões suficientes para cada pessoa que atender a porta de cada casa em cada rua que ele escolhesse, com mais algumas palavras o menino desejava "bom amor" ao seu ouvinte que as vezes vinha de mau humor. Nada como um bom desejo pra melhorar o dia de alguém, e o menino tinha esse costume de querer melhorar o dia das pessoas a sua maneira e fazia disso seu prazer de fim de tarde.
(João Ernesto)
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Existe um certo conforto neste mundo porque ainda existem pessoas que fazem dele valer a pena sem nada pedir em troca... apenas se doam.
ResponderExcluire o bom é que há tantos meninos e meninas assim nesse mundo, só precisamos nucleá-las
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