segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Companheira




Como dizer que me faz mal
você que tantas vezes me acolhe
num torpor gostoso me acaso sonolento
ah! o soluço me faz até sorrir
e como o vislumbre do por vir
você mata e revive minha sede
como não pedir pra você repetir
esse tontear descompassado que me orienta
o corpo suave de algodão sem um pingo de dor
a sensação de arrepio, num pio de inocência
ah! como sabor agridoce do seu fim me desperta sonhos
a garganta saltita feliz com sua presença
como dizer que me fazes mal, mas como?
se a ti recorro e sempre te encontro
e como mágica, adeus meu sofrimento
o aroma que nefasta meu sentidos
me afasta do lógico e comum
me arrebata o fulgor do imprevisível
não, não te deixareis
pois com você que me delito
quando o pulsar quer arrancar meu peito
você me sacia, seduz minha alma
e o pouco a pouco de você
ala meus pensamentos
abri minha visão
encoraja a outros amores
curado te tantas dores
me despeço, mas apenas um até breve
pois você não participa só dos prantos
esta e sempre estará nos encantos
do perder o fôlego em se divertir
companheira surreal
meu sincero agradecimento
eu volto depois
(último gole)

(André Café)

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