segunda-feira, 13 de junho de 2011
Destruída por um olhar, sob a mesma lua, uma vida superficial
Erguer a cabeça e nessa estrada seguir
Por punhados de vida e segurança
nesta dança que pois fim ao permitir
em contradição de fuga, me ferir
e dista léguas a doce mudança
Querer sorver a dor do peito
e naufragar em terreno macio
mas como se neste que deleito
desfaz o que foi direito
em queixas e mágoas a fio
E o sorriso amargurado em face
Destoa da proa suicida
Que pena, imperfeito disfarce
que revela sedento enlace
por ceifo de qualquer saída
E olho pra cima e o que vejo
toda bela, me amua
desfeito todo o desejo
um ser só lacrimejo
aos pés da cheia lua
Que sempre comigo estivera
sendo símbolo do que não é meu
e encerra de vez uma era
e que talvez o pós-fera
retorne ao seu apogeu
E despretenso amor
que tolhe a ele a solidão
e o seguinte após torpor
viajar, buscar a flor
renascida em qualquer chão
(André Café)
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