segunda-feira, 20 de junho de 2011
Movimento Artesanal
(Poesia lida durante o I Sarau do Porvir, em 17 de junho de 2011)
Trabalhava discursos que sabia impossíveis.
Mas o que seria das palavras sem ilusão?
Um amontoado de parafusos em simetria
Para se adaptar às imposições de uma estátua.
Sonhava milagres em seus versos.
Mas o que seria da quimera sem expressão?
Uma luta desigual, sem vencedores,
Folhas de papel jogadas à decomposição.
Impertinente, insolente e fugaz,
Talhou arquiteto suas bases firmes,
Como se marcasse o espaço de outros,
Mais dispostos, talvez, com voz ativa,
Transformando falas em obras de arte,
Esculpindo uma vida mais plena de sentido.
(Jorge André, Teresina, 03/01/2009)
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