quinta-feira, 16 de junho de 2011

Quero distância de mim














Não quero mais essas lágrimas de sangue

Não suporto estar lado a lado, de lado

A convivência comigo já sucumbiu

Ao desesperador limite de não suportar

Não quero mais estar impregnado a mim

Não aceito mais o que digo ou o que penso

Sou oposto ao que me contradigo

Sou torto ao que me vejo correto

Desapegue-se de mim carne vil e operante

Tu sim que me acaba a vida

Nos teus sulcos de vontades

de devaneios, e imperfeições propositais

Não há mais como estar acorrentado

A existência pitoresca e degradante

Longe de mim, preciso me distar

daquilo que vejo turvo no espelho

desespero, sufoco, contradição

afogo-me em busca de ar

derrotado por próprias mãos

o pulso ... inativo

(André Café)

Um comentário:

  1. Quando eu crescer quero ser poetisa assim como vc. Viu?
    Estou apaixonada por esse cantinho aqui.
    Beijos

    ResponderExcluir