Veias tão sujas de sangue
explodem pelo corredores do pensionato,à custa de muito choro e muita palma
batida contra as grades, espasmos de socorro.
Pés amarrados não conseguem tocar
o solo de uma canção de liberdade.
As costas acidentadas, doloridas,
descrevem a geografia do sofrimento.
Os olhos, marejados, dissolvem inutilmente
barreiras que separam indivíduosde elementos inorgânicos, lixo espalhado pelos cômodos.
Num gesto improvável de clemência,
arranco a essência que animao viço daquelas carnes decompostas.
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