terça-feira, 14 de junho de 2011

Matei porque era legal 2























O giro quente da roleta ainda fumegava em minhas mãos,

mas tudo aquilo num bilhão de tormentos suavizava a alma

a minha certeza de que o tiro responde as dúvidas

agora incinerava no corpo daquele estranho ser

que julguei apenas como um alvo da minha sofreguidão

e do meu apelo ao sangue emanado do corpo ao cair

e dali, a qualquer bodega pra lavar os medos de meota em meota

simples assim, sem motivo aparente, uma arma, o tiro

o sangue a sujar a face oculta e escancarada da vontade

de mergulhar bem fundo no desprezo e coisificação humana

um sorriso

diante do corpo

matei porque era legal

(André Café)

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