quarta-feira, 15 de junho de 2011

Notas de um espiral



O que há para além disso? além do que vejo, do que ouço, do que cheiro, do que toco, do que sinto?

O que é que realmente importa? pra que é mesmo que a gente vai vivendo? qual é a lógica? qual é o motor que nos fazer ir em frente? e quando paramos, o motor parou? está com defeito? quem vai consertar? Conserta por ele mesmo.

Desde que lembro, me lembro com perguntas. Uma das raras características que posso atribiuir a mim sem dúvida é a dúvida. 

Nunca sei das coisas sabendo de verdade, principalmente quando enveredo pelo campo dos sentimentos. É como uma areia movediça, uma duna da praia, uma piscina de bolinhas. Não dá pra saber, não dá pra ter certeza, não há chão firme. Será a incerteza a graça da coisa? mas se o que buscamos é a segurança, por que será que o que consigo é exatamente o contrário? eu quero segurança, claro que quero, mas, nem sei se quero.

Quero me sentir especial e desafiada. Me sentir desejada e desejar. Quero fazer rir alguem que me faz chorar em segredo. Quero sair e dançar e cantar sem muros, sem amarras, sem medo se vão achar que a música que eu canto é ruim por que uma meia dúzia de fulanos pseudo entendedores de música disseram que ela era ruim.

Música é o que toca a gente, o que mexe com a gente, aquela que dá vontade de chorar, aquela que dá vontade de sorrir, aquela que aquece, a que acalma e a que aferventa.

Talvez eu seja isso, a música. Uma pouco conhecida, quase nunca decifrada, que vai seguindo, tom por tom, nota por nota, algumas vezes parecem várias notas no mesmo segundo, noutras se arrastam como brisa no mar...o que importa é que a música não se prende, não se limita e não deixa de tocar.

(Fernanda Costa)

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