sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CARTAS À QUEM ESTÁ LONGE





Meu Caro,

Dia desses pensei em escrever um poema que levaria seu nome, não teria vírgulas e jamais publicaria, para não correr o risco de alguém muitas vezes pronunciar você em rodas de leituras. Mas não o fiz, metade por incompetência e o outra porque perdi meu caderninho de anotações especiais.

No entanto, precisava escrever-lhe, contar dos pensamentos que passam pela minha cabeça nas noites em que sonho com você.

Quero que saiba que já não o amo , não desejo seu corpo e não choro mais ouvindo 'yellow' do Coldplay. Só sei das noites mal dormidas e das frases ditas em diálogos promissores.


- Quero entrar nos seus olhos!
- Vai fazer o quê do lado de lá?
- Ah, não me venha com perguntas idiotas. Ninguém planeja o que vai fazer no céu...


Lembra das chuvas? e da locomotiva de sentimentos? bons dias...

Mas não foi para isso que lhe escrevi, quero contar da novidade...acho que estão derretendo meu gelo, querido, curando as feridas e sorrindo de forma que eu não sinta saudades suas. Você tão longe, e o amor se foi na divisão de bens. Ele não me quis tanto quanto você, e agora tenho de inventar algo que pareça com isso, sabendo que nunca haverá como o nosso.

Aqui ainda faz frio nas sextas-feiras de música boa, mas o tempo deu um jeito de encurtar, só pra me ajudar a ser feliz [dormindo].

No mais, tudo vai como de costume, os amigos, a luta, as leituras, a cegueira crônica, o medo e a certeza de que meus sonhos são de chocolate derretido.

Mande-me notícias.

abraço fraterno

(Larissa Andrade)

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