quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

FOLHINHAS




Tem dias em que eu acordo. E outros em que durmo.
Tem ainda aqueles que eu acordo com vontade de dormir - Quase todos!
Tem dias em que os lábios se fazem riso. Outros em que se fazem beijo.
E alguns que o sorriso se faz lágrima e a gente chora de felicidade - Que bom que são muitos!
Tem dias que torço para acabar logo. E outros que rezo para que o dia não termine.
E há aqueles que passam como querem. E que algo nos faz duvidar que sigam as horas.
Dia de trabalhar. De ir ao cinema com o namorado. De sair com as amigas. De fazer qualquer coisa (ou nada) sozinha.
Ai... dia de fazer nada! Pena, que quase nunca existam e que quando existem, muitas vezes não seja por decisão própria da criatura que o protagoniza.
Dia de aniversário. De churrasco. De porre – meu Deus, que dia inesquecível!
Dia de ver os pais. De levar bronca. De bater uns papos sérios com Deus.
E todos eles estão lá sobre a mesa, na parede, riscados em algum canto da casa, no celular ou absortos em nossos pensamentos.
O calendário tem dias. Muitos deles. Ou será apenas mais uma criação humana para não enlouquecermos?
Ou será que somos loucos e vivemos fantasiando em devaneios diários a obrigatória existência deles?
Cotidianamente.
Todos os dias.

(Tuyná Fontenele)

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