Espero as flores em minha janela pelo feito de plantá-las na calçada. Desenho a morte como a sobremesa da vida, uma delícia! Encaro com meus olhos rasos e respondo com meu som mudo as perguntas do coração. Sou de tudo e de poucos.
Guardo meus segredos no tempo e quase esqueço que sou a metade de alguém. A sobra é minha, pois há em mim metade que ri em profunda demasia; Que chora em instantes de agonia retrocedendo o pensamento e escondendo a intenção falha embaixo da sobrancelha; A metade que é alegre e a outra que emociona fazendo um eco entre o pranto e o riso. Sou duas, as mesmas de mim.
Sou uma metade fria: Que colabora, aconselha, transfere sentimentos, analisa indagações e interfere com a mínima presença. Serena como um rio calmo em seu curso. Sou uma metade quente: Que ama sem ação, que deseja sem perdão e que explode em silêncio.
Sou eu, tua melhor fantasia!
(Rosseane Ribeiro)
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