terça-feira, 7 de junho de 2011

Vontade fria de você


É em dias frios que eu percebo a falta que o ardor do seu corpo faz ao meu. Observo da minha janela a chuva caindo lentamente. Estendo minha mão e sobre ela um pingo, fecho-a, faço um estudo sobre sua estadia em meu corpo. Ainda está gelada, insuportável. Fecho a janela, fecho o mundo.
O entrelaçar do pensamento fez dezabrochar o que meu coração tinha asfixiado, aqui em meu peito: A Solidão, pior companhia não há. Culpo-me por estar assim, com essa vontade toda de você. Sinto-me volúvel, parecendo um animal em extinção e fora do seu habitat. Ameaçada, sinto um bombardeio corpóreo, a ponto de finalizar a fundição que havia sendo mantida pelo elo de minha ilusória vontade. A vontade de você, que por inconseqüência não quer durar mais que um instante, que não se limita, não se acaba enquanto eu não deixar. E todo o frio que eu sinto agora seria concebido pelo abusurdo, pelo imaculado e imperceptível.
Vem pra cá, e traz-me um chocolate quente.

(Rosseane Ribeiro)

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