quarta-feira, 4 de abril de 2012



Me vi andando numa ponte.
Uma ponte reta e infinita.
Águas claras a minha volta.
Calmas.
Mas aquela calmaria me causava inquietude.
Talvez porque a ordem seja algo alheio a nós.
A harmonia não é bem aceita, porque a guerra nos é intrínseca.
A calmaria das águas continuavam.
E eu caminhava. Um caminho sem fim.
Sob meus pés, madeira apodrecida. Como meu passado.
Mastigado, pisado, envelhecido.
E tudo foi se afastando de mim.
Tudo a minha volta.
Agora corria ensandecida e desesperada para chegar aquele fim.
Só vislumbrava um portal ao fim da ponte.
Olhos cegos, músculos tensos, boca seca e pele gélida.
Havia uma réstia de luz.
Lá cheguei. Nervosa.
A luz foi aumentando. Ficando mais forte.
Mas pareceu que meus olhos se abriam.
No fim.........?
Águas.
Calmas águas.
Tudo ficou para trás.
Me fiz ser, me fiz ar, me fiz mundo.
Me joguei.
E lá estava o que buscava.
O fim.

Dalila Cristina.
(28/03/2012)

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