domingo, 29 de abril de 2012

Poesia sobre a vida


Com carinho e vinho 
à Amedeo Modigliani


Cantarei alegremente
à embriaguez e destino
sumirei em vertentes
em ruas de terra e transe
São joão escandente e abóbora
no arame farpado, o orvalho.

A luz da cidade, o trilho do trem
tomarei sem saber o caminho
com os dentes cheios de fuligem e vento
o rosto, o gavião mergulha
em meu poema.

Como turbilhão de palavras
as verdades hipnotizam os sentidos
e a insensatez não me permite
desistir jamais
de ir a um lugar desconhecido
cujo sabor guardo na boca
como fruto proibido que se repete
mas jamais me basta.


O que a fruição de uma obra de arte proporciona
é um perder-se 
de si mesmo.




Raíssa Cagliari; 29/04

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