Com carinho e vinho
à Amedeo Modigliani
Cantarei alegremente
à embriaguez e destino
sumirei em vertentes
em ruas de terra e transe
São joão escandente e abóbora
no arame farpado, o orvalho.
A luz da cidade, o trilho do trem
tomarei sem saber o caminho
com os dentes cheios de fuligem e vento
o rosto, o gavião mergulha
em meu poema.
Como turbilhão de palavras
as verdades hipnotizam os sentidos
e a insensatez não me permite
desistir jamais
de ir a um lugar desconhecido
cujo sabor guardo na boca
como fruto proibido que se repete
mas jamais me basta.
O que a fruição de uma obra de arte proporciona
é um perder-se
de si mesmo.
é um perder-se
de si mesmo.
Raíssa Cagliari; 29/04
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