sábado, 28 de abril de 2012
Perder-se em sí mesmo...
Perder-se em sí mesmo...
Deitou-se na grama, o dia estava quente, e os ventos quase não sopravam, dando a impressão de que o mundo havia parado de girar e permanecia inerte, resfolegando sofregamente, para em seguida recomeçar a eterna marcha circular.
Suspirou e contemplou o céu com olhos assustados, a imensidão azul mostrava-se, despudorada, esnobe,intangível, exalando superioridade. Não pôde deixar de perceber sua insignificância, sempre sentia-se assim diante de coisas imensuráveis, onde podia se perder e nunca mais encontrar-se.
Fechou os olhos e reencontrou-se como ser humano, voltou-lhe o ego e as vontades reapareceram, suaves e intensas, vasculhou-se por dentro e sorriu, agradecendo por não ser profunda, nunca iria se perder, evitaria por todos os deuses, o céu, o mar e o amor.
Vitor Gois
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