terça-feira, 10 de abril de 2012

À noite, o peito canta.



E essa dor calada,
Que sussura no peito,
Que desperta um desejo
Estranho e insosso,
Na calada da noite,
Enforca como garrote,
E assassina a dor.

Que permuta o tempo,
Que se jaz vazio,
Que se faz como um nada,
Um arma apontada
À cabeça, a pressionar...
Entre estas noites ébrias de boêmia
O peito calado começa a cantar...

Acho que o tempo não irá passar,
Parado no sábado,
Terminado no domingo,
E acabando por indo
À um caminho tropeço,
Essa dor com esse preço,
Ave Rio Grande do Norte!

E vem como vento,
Brisa de mar, tão vadio.
Nas noites afogadas,
Entre cantos vazios,
Oportunidade de um encontro,
Um fora da lei, ou um tonto,
O peito calado começa a cantar...


Um verso ou outro,
Sofrendo desgosto,
Tirando um petisco,
Do prato do bar,
Um camarão tostado
A voz começa a calar.

E o mar violento,
Pela noite seguida,
Entre outras, o relento
A noite sofrida,
Que passa tão lenta,
E faz da noite uma tormenta...


Raíssa Cagliari (10/04)

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