terça-feira, 10 de abril de 2012

O tempo é lento quando se espera o esperar na areia


I
Esperando o tempo passar,
Olhando a onda quebrar,
Olhando o tempo escapar,
Nas mãos do que eu poderia ter feito.

Que se foda, morgação. Quero mais um beck e tô feliz.


II

Esperando a vida passar, à beira mar.
Nesse bar,

Com tanta gente.

A onda bate nos dedos,
Os ventos batem na mente.
A mente flutua e voa,
Pra algum lugar à toa.
O sol arde como um covarde
Escondendo o ardor
De tantas outras coisas.

Esperando assim,
A vida passar, à beira-mar
Nesse bar.

Com tanta gente,
Sem nada em mente,
Que assim o tempo resolve
Passar tão lentamente


Tão claro como fui,
À toa,
Bebendo cerveja no bar,
Caindo em desgraça ferrenha com o mar,
Que me perdoem a besteira de ser à toa,

De boa.


III
É muita mise-en-scène
Para pouca vida,
para muito pouco deslocamento,
E para quem tá só de ida.
Raíssa Cagliari (08/04/2012)

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