Eu te fiz uma poesia,
Desses assim que só vem um dia
E jamais volta as palavras.
Foi um despedício de soneto,
Desses que parecem brinquedos...
E travam as línguas.
E de tanta esmera
Apaga-se memórias,
E já conheço essas histórias
Dos sofridos espirais.
Eu te dei mil pedaços,
Partes de todos os meus atos,
Em bandejas colossais.
Fi-lo banquetes de esferas,
Minha vida e outras quimeras.
Fiz de ti um tanto de mim...
Faço-te parte de mim,
Mas quem viu
E quem me viu,
Soube que você sentiu,
E negou o que te dei.
Em presentes empalmados,
Soltos e estilhaçados,
O que tanto amei.
Amei,
E te dei,
Tomei de mim,
Eu reconheço essa história,
Tento esperar a hora,
Pra mudar o que há em mim.
De tantos redemoinhos
E de sonhos moídos,
Perdidinhos e mesquinhos.
Tornei a procurar...
Aquilo que eu devia,
E logo a minha própria vida
Virou um ato de teatrar.
Teatrar,
Andar,
Latejar.
Beber e esfumaçar,
Aquilo que já não há.
Essas oportunidades perdidas,
Lascam as nossas vidas,
Então deixa pra lá,
Lá, deixa lá.
Viva a tua vida,
que eu volto pra beira-mar.
Raíssa Cagliari (10/04/2012)
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