quinta-feira, 12 de abril de 2012

Terminando o dia



No final da tarde,
Olhando o sol que arde
Querendo ir dormir com o mar...
E essa lua ciumenta aparecendo,

Querendo me hipnotizar.


O dia se arrasta tão lento,
Fazendo desalento,
Causando um atento
A tragar a mais um cigarro do diabo.

Aí eu penso, ai como penso
Me dano a pensar, pensando assim...
Penso no que deixei para trás,
Numa vida um tanto azarada,
Não sei se desejo tudo de volta,

Ou se peço um tanto mais de paz,
Essa calma que agora jaz,
Deixando essa almazinha atormentada
Um tanto menos complexada.

Penso eu,
Que ao viajar num cigarro do capeta

E ao escutar, o timbre de Alceu

Revendo versos e fazendo versos,
Lembrando o que nunca foi meu.

Me pego em nostalgia,
E revejo os meus últimos dias,
Numa cidade quente ali de cima.
Ai como morde essa saudade,

E ai como dói essa maldade
De tá aqui, numa rede, numa praia
Que roga pragas,
Pra minha infelicidade e afins.

Ai o dia termina,
Com uma dor latente,
Quase como dor de dente,
Que só curou com uma dose de aguardente.
Daí o sol desmaia no mar,

Deixando laranja o céu amargurado.

E terminando o dia pensando em ti,
Na rede, no mar, no sol,
Na lua teimosa,
Na água do mar Potiguar tão morna,

Denso mais um desejo em mente,
Termino o dia revendo

O que sentia,

Refazendo o que devia,
Pagando o preço do que andei fazendo.

Ai sacana, de ócio
Fazendo doer os meus ossos,
E me fazendo tragar um cigarro,
Do capeta, el diablo,

Que faz a mente viajar,
Pela escuridão do mar.

Ai que imensidão,
Que parte esse coração,
Afoito, mas tranquilo

Do terceiro trago dado,

Da agonia esquecida

E que faz,

O pulmão tragar profundo
O que já havia temido.

Raíssa Cagliari (11/04/2012)

Eu te dedico esse poema porque eu quis dedicar, não sei se entenderás, mas duvido.
Só nunca me esqueça,

Pois não te esqueço jamais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário